As origens do Pakua perdem-se no tempo. A referência mais antiga menciona Tung
Hai Chuan de Wean Hsien, na província de Hopeh, que durante a dinastia Ching
aprendeu essa arte de um taoísta nas montanhas da província de Kiangsu.
SOBRE O ESTILO PAKUA
A partir desse registro existe comprovação
genealógica técnica que vem até nossos dias. Essa
passagem parece ser do século XVIII, porém há a
possibilidade de que o presumido fundador tenha
feito a classificação de uma arte já bem mais
antiga, antes da sua popularização.
O mais fascinante é a história (o povo Chinês
costuma ilustrar a criação dos estilos de forma
romântica ou esotérica) que circula sobre o
emparelhamento entre o Pakua e o Shien Yi Tchuan,
Kuo-Yang-Sem, sacerdote e praticante do Shien Yi
Tchuan, desafou um dia Tung, se dizendo fundador do
Pakua. O combate feroz durou dois dias, após o que
ninguém tinha podido tomar a vantagem. Eles então
tornaram-se ótimos amigos.
Sem dúvida não é uma maneira muito bonita de se
explicar como as duas artes fundiram-se, mas o que é
mais estranho é que uma tal história pudesse
circular nos dois estilos. No Pakua a maioria das
técnicas são executadas com a palma da mão, com um
movimento suave e fascinante do pulso, os movimentos
são circulares sem tocar, em um raio muito curto.
Este estilo considerado interno (NEI CHIA),
baseia-se na interpretação dos trigramas do famoso
livro das mutações (I CHING) e compreende
basicamente oito ângulos de defesa que são treinados
progressivamente e em forma circular. Contrariamente
ao Shien Yi Tchuan, que desenvolve a "força
vertical", o Pakua coloca o acento sobre a "força
horizontal".
O Shien Yi Tchuan é designado por alguns mestres
como o "boxe da mente e do corpo", pois quando nos
propomos a exercitar uma parte de nosso corpo a
intenção é que comanda a ação. O pensamento surge
antes da atitude. Se adestrarmos nossa mente os
movimentos tornar-se-ão fluidos e conscientes.
|
O Pakua trabalha bastante a respiração (Chi Kung)
que é controlada involuntariamente ou
automaticamente pelo cérebro. Se durante os
exercícios usarmos a nossa vontade para controlar a
respiração (Chi Kung) estaremos transferindo o ato
de respirar da área inconsciente para a consciente. |
Com o tempo teremos o hábito de exercer nossa
vontade sobre essa função biológica essencial ao
metabolismo do corpo humano. Teremos então mais
saúde e controle emocional, pois em situações
adversas o simples controle da respiração (Chi Kung)
já proporciona redução dos riscos de colapso físico
e desequilíbrio da mente. O principal nessa prática
interior é direcionar a respiração (Chi Kung),
controlando-a pela vontade.
A meditação é a base da ação, até que a mente e a
respiração (Chi Kung) se equilibrem em coordenação
para alcançar a capacidade do espírito de controlar
a energia e utilizá-la para fortalecer o corpo. O
resultado obtido com essa prática é a calma, o
controle dos movimentos, a força, a flexibilidade.
Para deter a força bruta do adversário a calma e a
maleabilidade devem ser empregadas.
A filosofia contida nestas palavras podem ser bem
ilustradas pela imagem do barbante amarrando a barra
de ferro, da gota de água que fura a pedra, ou do
bambu que se verga ante o vendaval para retornar a
sua postura natural quando cessada a força que o
impulsionou. No Brasil existem diversos
representantes do estilo. |