O Pinscher Miniatura ou Anão é uma raça antiga, conhecida por
historiadores desde 1836, quando o escritor alemão Dr. H. G. Reinchenbach,
afirmou que o Pinscher seria um cruzamento entre Dachshund e o Greyhound
Italiano. Outra vertente afirma que o Pinscher teria sido originado a partir de
acasalamentos selecionados do Pinscher Standard, raça hoje extinta e que teria
originado também o Dobermann (donde se explica a enorme semelhança entre ambos).
Qualquer que seja a verdade, o que ninguém questiona é sua origem
alemã.
O Pinscher é considerada a menor raça de cães
de guarda pela Federação Cinológica Internacional, que o classifica no grupo 2,
onde estão também o Dobermann, Rottweiler, Mastiff, Boxer e Dogue Alemão.
No Brasil, o Pinscher é uma das raças mais
populares apesar de não estar entre as 10 mais registradas pela CBKC. Isso se
explica pela grande quantidade de filhotes gerados sem registro oficial (sem o
famoso pedigree) e até mesmo a partir do cruzamento de Pinscher com outro
pequeno, o Chihuahua.
Além do tamanho, que possibilita que conviva
em praticamente qualquer ambiente, seu pelo curto também pode ser considerado um
ponto altamente positivo para quem quer um cão pequeno mas não tem tempo para
cuidar de uma pelagem como a dos Yorkshires.
Personalidade
O Pinscher tem como
principal característica sua valentia e uma personalidade marcante. É comum que
os donos de Pinscher afirmem que o cão só é pequeno e frágil na aparência... É
um cão inteligente e, segundo a classificação de Stanley Coren, en seu livro
"A Inteligência dos Cães" ocupa a 36ª posição em obediência para o trabalho.
É um cão muito ativo, com enorme energia e
vitalidade e um apego ao dono igualmente forte. Curioso e brincalhão, o Pinscher
apesar de seu tamanho diminuto não é um cão 100% recomendável para crianças, uma
vez que no calor da brincadeira, estas podem acabar machucando o cachorro que,
por sua vez, sentindo-se ameaçado pode "revidar". No entanto se o cão for criado
junto com crianças que "saibam brincar" será um parceiro excelente em função de
sua energia e vitalidade.
Por ser um cão de guarda, o Pinscher tem um forte instinto
territorial, o que pode fazer com que não meça esforços para defendê-lo e ao seu
dono. Atento, é excelente cão de vigia, capaz de latir ao menor sinal de que há
algo incomum acontecendo. O que não quer dizer que ele deva latir "por qualquer
coisa". É verdade que muitos exemplares acabam sendo "latidores" e extremamente
excitáveis, mas essas características devem-se mais a problemas de criação e
educação ou por serem fruto de acasalamentos não recomendados do que às
características da raça. São justamente esses exemplares latidores e
extremamente excitáveis que renderam à raça a fama de serem "neuróticos" ou
"histéricos":
Segundo os criadores, os maiores problemas do
Pinscher são os donos, que desde muito cedo e mesmo sem perceberem acabam
incentivando comportamentos extremados por acharem graça naqueles pequenos
rosnando e latindo como se fossem gigantes. E, uma vez a associação feita,
corrigir o problema quando os cães se tornam adultos é muito mais difícil.
Talvez essa confusão ocorra porque muitos donos acreditem que por seu tamanho o
Pinscher seja apenas um cão de companhia (o American Kennel Club classifica o Pinscher como cão de luxo).
Os problemas de criação, no entanto, não impedem que muitos
exemplares tenham comportamentos indesejados por causa de sua origem genética, quando acasalam-se por exemplo 2 cães muito agressivos ou barulhentos.
Ainda quanto à energia extrema dos Pinschers, sabe-se que quanto menor o tamanho de um animal, mais intenso é seu metabolismo
e mais energias eles são capazes de queimar, mas ainda assim, há limites claros entre um metabolismo alto e um cão hiperativo ou excessivamente agressivo.
Outro fator que levou a uma certa
intensificação da agitação foram as muitas mestiçagens que ocorreram não apenas
entre os Pinschers e os Chihuahuas, mas entre os Pinscher e os Terriers Brasileiros (Fox Paulistinha).
O Filhote
Antes de se comprar um filhote procure certificar-se de sua procedência. Cães com pedigree oferecem menos riscos de
engano do que cães de procedência incerta. O Pinscher puro tem crânio chato,
orelhas em pé e olhos amendoados. Suas cores devem variar entre o preto, o
marrom e o mel.
De modo geral, pode-se identificar quando há
misturas da seguinte maneira:
- Misturado com
Chihuahua: o cão tem orelhas "laterais", olhos saltados e
arrendondados e o crânio também arredondado, em forma de maçã.
- Mistura com o Terrier
Brasileiro: tamanho um pouco maior; manchas brancas na pata, na ponta
dos dedos e na ponta da cauda; pés tendendo a ovais; garupa
redonda.
Outra dica importante é não escolher os de
menor tamanho. Isso porque o padrão da raça limita o tamanho em 25cm. Abaixo
disso, além do risco de cães mais agitados, as proporções físicas tendem a ser
menos perfeitas. Fêmeas muito pequenas podem também sofrer complicações durante
o parto. Procure também conhecer os pais do seu futuro filhote e verificar se
não são agressivos e latidores.
Durante as brincadeiras com os filhotes deve-se ter atenção e
cuidados redobrados para não causar acidentes. Puxões e apertões num filhote tão
pequeno podem resultar em fraturas e distensões. O mesmo se aplica aos locais
aos quais o filhote tem acesso. Deve-se evitar que ele fique sozinho em cima de
móveis, mesmo que baixos como sofás e camas, porque para ele, uma queda desta
pequena altura pode ser fatal.
Outro cuidado importante com o filhote é não
deixar ao seu alcance pequenos objetos que podem facilmente ser engolidos, como
clips e moedas. Da mesma forma, caso o filhote tenha acesso a jardins, todo o
cuidado é pouco com frestas em cercas e portões, já que sendo curioso e
destemido, pode facilmente escapar por pequenos buracos.
Problemas comuns à raça
Os problemas mais comuns ao Pinscher são os que atingem raças pequenas.
- Dentição dupla -
quando os dentes de leite não caem
- Luxação da patela,
que causa o deslocamento do joelho e é hereditária
- Necrose da cabeça do fêmur,
também hereditária
Além disso os donos de Pinscher devem tomar
especial cuidado com a alimentação de seus cães evitando gordura ou temperos que
podem provocar infecção intestinal grave, com sangue nas fezes.
|