O Labrador Retriever, ou simplesmente Labrador, é
originário de Newfoundland ou Terra Nova, na costa oriental do Canadá, onde era
utilizado pelos pescadores para puxar as redes para a terra. Para evitar que fosse confundido com outra raça da região, o Newfoundland (bem maior e mais pesado que o Labrador), era chamado simplesmente de Labrador.
Das costas canadenses, foi introduzido
na Inglaterra aproximadamente em 1830, onde, em função de seu excelente faro,
ganhou novas atividades, sendo considerado excelente como cão de caça. É um
retriever por natureza, ou seja, atua em dupla com o homem durante as caçadas,
esperando o dono atirar na ave para depois ir buscá-la com rapidez. O cão deve
sempre entregá-la intacta. Para cumprir sua tarefa o Labrador é capaz de
enfrentar qualquer tipo de obstáculo, seja na terra ou na água, onde por ser um
excelente nadador, sai-se muito bem.
Personalidade
Por suas qualidades como cão afável,
carinhoso e extremamente amigo das crianças, a popularidade do Labrador cresceu
de maneira muito consistente, sendo há anos o número 1 em registros nos EUA e na
Inglaterra. São 3 as cores permitidas pelo padrão da raça: o preto, amarelo e
chocolate. Sua pelagem é curta e espessa e requer poucos cuidados especiais por
parte dos donos. Dedicação e apego são
marcas registradas da raça, assim como a inteligência e a facilidade de
aprendizado. Segundo o ranking elaborado por Stanley Coren, em seu livro
A Inteligência dos
Cães o Labrador ocupa a 7ª posição no que se refere à obediência
para o trabalho, o que ampliou ainda seu "campo de trabalho. É eu excelente guia para cegos e atua como cão farejador à procura de drogas em muitos aeroportos. É extremamente dedicado ao dono e
segundo o padrão da raça, sem nenhum grau de agressividade. Têm também grande
necessidade de estar junto com os donos, seguindo seus passos por todos os
lugares. Realmente não gosta de ficar sozinho, podendo produzir grandes estragos
na casa em função disso, como destruir os jardins e almofadas.
Os Filhotes
O
Labrador esbanja energia e está sempre disposto à brincadeiras, especialmente as
que evocam seu instinto caçador. É capaz de passar horas correndo alucinadamente
atrás de uma bolinha atirada pelo dono e devolvendo com a mesma eficiência que
teria caso fosse um pato selvagem. É um cão que precisa de muito exercício, em especial porque a raça tem fortes tendências à obesidade. Deve ser acostumado à guia desde cedo e, se possível, passar por treinamento de obediência. É um cão que late pouco e na maioria das vezes não estranha nem mesmo pessoas diferentes, sendo por isso pouco recomendável como cão de guarda.
Assim como é
afável com as pessoas, o Labrador convive muito bem com outros cães e animais
domésticos, sendo recomendável mesmo que seja socializado para poder aumentar a
carga de exercícios. Muitos Labradores são hábeis competidores de Agility, sendo
também grandes campeões em provas de obediência em todo mundo.
Problemas comuns à raça
Até em função de sua popularidade
crescente, muitos problemas começam a aparecer, a maioria deles relacionados a
cruzamentos geneticamente não-recomendados.
Um dos problemas que se nota com mais
intensidade está relacionado ao excesso de agitação dos cães. Cães que latem
demais, quebram tudo o que encontram e chegam até mesmo a atacar
pessoas.
Ainda não foi encontrado,
cientificamente, nada que ligue a cor do cão a possíveis desvios de
comportamento, mas de qualquer forma, a maioria dos problemas ocorre com cães
amarelos e chocolates (ambos recessivos, sendo o chocolate mais recessivo do que
o amarelo). Infelizmente, como cães amarelos vendem mais e os de cor chocolate
são bem mais raros e caros, muita gente passou a cruzá-los entre si sem se
preocupar com o temperamento - o que causou o nascimento de Labradores
problemáticos. Portanto, o ideal ao se pensar em adquirir um Labrador é conhecer
suas origens e a seriedade do criador.
Segundo as recomendações da criação, jamais se deve cruzar um exemplar chocolate com um
amarelo e nem mesmo dois chocolates por mais de três gerações sucessivas, ou
dois amarelos por mais de quatro, sem introduzir um preto. (Cientificamente,
essas recomendações são decorrentes de possíveis problemas com a despigmentação
das mucosas).
Outro problema genético que pode ser
evitado pela seriedade dos criadores é a displasia
coxo-femural. Caso vá adquirir um filhote, certifique-se de que os
pais tenham sido examinados e que tenham sido aprovados pelas
radiografias.
Além da displasia, a osteocondrose (mal
que compromete a cartilagem e o osso prejudicando a articulação) também pode
aparecer e causar a chamada displasia de ombro (a mais comum) e as de cotovelo,
joelho e calcanhar. O problema ainda é pouco conhecido no Brasil. Há duas
doenças genéticas que atacam a visão, causando perda progressiva até chegar à
cegueira: a Catarata, que ocorre
quando o cristalino - parte interna transparente do olho - torna-se opaco; e a Atrofia ou Displasia da
Retina, uma degeneração das células da retina.
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