Falar em público é uma forma de comunicação
que apresenta algumas características particulares:
* pressupõe uma interação social entre os falantes e não
simplesmente uma troca de atos verbais ou informações.
* está relacionada com o preenchimento de determinados
"papéis sociais" (professor, executivo, amigo, pai,
etc...) .
* acontece sob influência de algumas condições psicológicas
(nervosismo, tensão, ansiedade, etc...) .
* tem sempre um propósito. Do contrário é energia desperdiçada.
* envolve um certo grau de imprevisibilidade e criatividade.
* envolve uma linguagem tipicamente oral, em oposição à uma
linguagem literária.
Os componentes básicos de uma apresentação em público que
você deve conhecer são:· Emissor
· Receptor
· Mensagem
· Código
· Canal
· Feedback
· Ruído
· Contexto Emissor
= o emissor, locutor ou
destinador é aquele que está emitindo a mensagem num
determinado momento. O emissor parte de uma intenção de
significação e com isso produz uma série de significantes.
Alguns fatores a serem considerados com relação ao emissor
são:
1. motivação: Você pode fazer uma
apresentação para fornecer/obter informações, para convencer
o grupo sobre uma nova idéia, para "vender" um
serviço, para apresentar resultados, etc. Qualquer que seja o
caso, é fundamental que você esteja motivado, envolvido pelo
assunto e saiba o que realmente deseja alcançar com aquela
mensagem. Portanto, procure analisar os motivos que o levam a
fazer a apresentação, verifique se você realmente os
compreende e se está envolvido o suficiente com eles.
2. credibilidade: O grau de aceitação de sua mensagem
será diretamente proporcional ao seu conhecimento do assunto.
Assim sendo, é necessário que você saiba sobre o que está
falando, tenha atitudes seguras, mostre-se dinâmico e
confiável. Nesse sentido, uma preparação cuidadosa e
criteriosa torna-se essencial.
3. desempenho: Use corretamente sua expressão verbal e
não verbal para comunicar-se com os outros. Esses aspectos são
apresentados em outros artigos do site.
Receptor
= o
destinatário ou ouvinte é a pessoa ou grupo de pessoas
situadas na outra ponta da cadeia de comunicação ( alvo da
comunicação). O receptor recebe a mensagem e a interpreta
internamente, manifestando externamente essa interpretação. O
receptor faz o caminho inverso, isto é parte dos significantes
até alcançar a intenção de significação. Você deve sempre
conhecer e analisar o(s) receptor(es) com antecedência para
então decidir como irá apresentar suas idéias. O levantamento
das características do público alvo deve incluir todas as
tentativas de se obter o máximo de informações possíveis
sobre ele: número de pessoas presentes, sexo, idade, raça,
profissão ou função na empresa, formação, nível de
instrução, conhecimento sobre o assunto que será tratado,
antecedentes relevantes e expectativas ou necessidades.
Lembre-se de que quanto mais adequada for a mensagem ao
receptor, mais eficaz será sua apresentação.
Mensagem
= elo
entre o emissor e o receptor; objeto da comunicação;
tradução de idéias, objetivos e intenções; é precisamente
o que se diz. A mensagem deve ser preparada em termos de:
1. conteúdo: refere-se
exatamente ao o que será dito a respeito de um determinado
assunto. O primeiro passo é definir o objetivo da
apresentação; em seguida, tendo em mente as características
do receptor e o tempo disponível, você deve selecionar as
idéias mais importantes que serão apresentadas, isto é você
terá que priorizar as idéias relevantes e não tentar falar
tudo o que sabe sobre um determinado assunto.
2. estilo: está relacionado à maneira como você
apresentará o conteúdo. Seu estilo poderá variar desde o mais
informal até o mais formal, isto é, você poderá optar por
utilizar uma linguagem conversacional (expressões populares),
ou uma linguagem mais cuidada, dependendo do público, do local,
da ocasião e do objetivo da apresentação.
3. estrutura: diz respeito à organização da mensagem.
Uma mensagem bem organizada apresenta todos os seus elementos
ligados logicamente entre si. É sempre interessante dividir a
apresentação em três partes: uma introdução, atraente e
convidativa, um corpo conciso, claro e coerente e por fim, uma
conclusão, enfática e breve. Quando a estrutura da
apresentação é falha, o impacto da mensagem é reduzido,
dificultando sua compreensão e aceitação.
Código
=
conjunto de signos e regras de combinação desses signos que
geram compreensão. O emissor lança mão do código para
elaborar sua mensagem, realizando a operação de codificação.
O receptor identificará esse sistema de signos, fazendo a
operação de decodificação, somente se o seu repertório for
comum ao do emissor. Portanto é importante que você analise
bem o seu público alvo para ter certeza de que ele conhece o
código utilizado. Exemplos de código: as diferentes línguas,
o vocabulário técnico utilizado por profissionais de
diferentes áreas, o "código" braile, o
"código" de sinais, etc....
Canal
= veia de
circulação da mensagem; via escolhida pelo emissor, através
da qual a mensagem circula. Quando você faz uma apresentação,
sua mensagem pode ser transmitida de diferentes formas, por
exemplo: (1) visual- gestos, movimentos do corpo, expressões
faciais postura ; (2) auditiva - tom de voz, variação de
altura e intensidade vocal; (3) verbal - palavras, (4) sensorial
- manipulação de objetos; (5) pictórica - gráficos,
diagramas e figuras. A comunicação ocorre, então, através
dos órgãos dos sentidos: audição, visão, tato, olfato e
paladar. A seleção inadequada do canal pode levar à
ineficácia da comunicação. O emissor deve se perguntar: essa
mensagem deve ser escrita? ou devo comunicá-la pessoalmente? ou
ainda pelo telefone? Fatores que determinam a escolha do meio:
· disponibilidade; você deve
verificar qual canal está disponível e acessível; · rapidez;
verifique em que canal sua mensagem transita mais rapidamente;
· conhecimento; certifique-se de que você domina a forma de
apresentação escolhida e que o receptor consegue
decodificá-la;
· conteúdo e objetivo; o canal escolhido deve estar em
sintonia com a mensagem que transporta.
Feedback
=
conjunto dos sinais perceptíveis que permitem ao emissor
conhecer o resultado de sua mensagem: se foi recebida ou não;
se foi compreendida ou não. Funciona como intercâmbio entre
emissor e receptor; faz com que a comunicação torne-se um
processo bilateral; inclui a reação do receptor à mensagem
transmitida. Durante uma apresentação você poderá perguntar
aos receptores se eles estão compreendendo a mensagem. No
entanto, mais eficaz do que isso, é a observação de sua
reação não verbal. Você poderá observar que as pessoas não
estão reagindo como você esperava, isto é, estão inquietas,
agitadas, distraídas, ou indiferentes. Ou então, você poderá
notar que elas participam, sorriem, acompanham seu raciocínio
com meneios de cabeça. Isto é, você deve ficar atento para
esses sinais reguladores, tentando interpretá-los adequadamente
para poder dar o melhor andamento possível à sua
apresentação.
Ruído
=
qualquer interferência no processo comunicativo, que resulte em
distorção da mensagem. O ruído pode ser externo e de natureza
física, ou interno, tendo sua origem no receptor ou ainda no
próprio emissor. A interferência que se origina externamente
pode se apresentar sob forma de um som: pessoas falando, tosse,
riso, acústica, ventilação ou iluminação ruins, barulho das
cadeiras ou nos equipamentos, ruídos da sala ao lado, do
corredor ou do trânsito. Algumas dessas interferências estão
fora do controle do emissor e o máximo que você pode fazer é
tentar adaptar-se a elas. No entanto, na maioria das vezes esses
ruídos poderão ser evitados se você fizer uma visita ao local
com antecedência. O ruído interno pode aparecer se o emissor
não conhecer bem o assunto, ou a platéia, se sentir-se
inseguro ou muito tenso e se focar sua atenção totalmente em
si mesmo durante a apresentação. Assim começará a super
dimensionar suas reações negativas, isto é a concentrar-se no
suor de suas mãos e rosto, na palidez ou rubor de sua face, na
temperatura de suas mãos e pés, etc. Nesse momento a platéia
começa a perceber o descontrole emocional do emissor e o
resultado provavelmente não será o mais favorável. É
importante, então, que o emissor consiga controlar-se para
poder minimizar os efeitos dos ruídos internos negativos.
Contexto
=
constituído pelo local e ocasião da apresentação, isto é
pelo ambiente físico e psicológico onde a comunicação está
ocorrendo. Sempre que possível, procure conhecer o local da
apresentação com antecedência. Dessa forma, você poderá
fazer algumas alterações que julgar necessárias, além de
sentir-se mais seguro no momento da apresentação. Você
poderá planejar sua movimentação na sala, a posição correta
dos equipamentos, a utilização do microfone, etc. A ocasião
refere-se ao propósito que traz as pessoas; tendo essa
informação, você poderá fazer referência à importância da
ocasião durante sua apresentação, ou ainda poderá incluir
algum tópico extra de interesse dos presentes em sua mensagem.
Inter relação
entre todos eles = A forma como os componentes básicos de
uma apresentação foram descritos até aqui pode sugerir uma
visão simplista e mecanicista do processo comunicativo.
Emissor, receptor, mensagem, código, canal, feedback, ruído e
contexto foram apresentados separadamente, mas na realidade
fazem parte de um todo harmônico e simultâneo que caracteriza
o que chamamos de Circuito da Comunicação, onde todos os
elementos interagem e interferem uns nos outros. O sucesso de
uma apresentação depende da inter relação entre todos esses
elementos.
Fonte: Prof. Rosângela Curvo Leite - (19) 3289-8338
Veja também:
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