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SOCIEDADES SECRETAS

SANTA VEHME

 

A palavra Vehme originou pra nós, por exemplo, a palavra “veemência” no Aurélio:

(Do lat. vehementia.)

1. Qualidade ou estado de veemente.
2. Impulso rápido no ânimo ou nas paixões; impetuosidade.
3. Grande energia; vigor.
4. Intensidade, atividade, vivacidade.
5. Eloqüência comovente.

Os Tribunais da Santa Vehme...

O mistério da rosa
(Por Robert Charroux)

A história da rosa é tão secreta que só raros iniciados podem compreender o seu sentido profundo. A rosa é, por excelência, o símbolo do segredo guardado, pois ela é uma das raras flores que se
fecham sobre o seu coração. Quando abre a sua corola, está na hora da morte.

A maior parte das grandes sociedades secretas, a Santa-Vehme, o Templo, a franco-maçonaria, tem a rosa como emblema, e a mais secreta de todas, aquela em que os chefes, embora se não ignorem, jamais se encontram, a Fraternidade dos Rosa-Cruz, tem o nome ligado ao símbolo hermético do Cristo.

Desde a mais remota antiguidade, a rosa foi honrada pelos deuses e pelos heróis. Ela ornava o escudo de Aquiles, os capacetes de Heitor e de Enées e o escudo dos bravos cavaleiros da Idade Média, com esta divisa com triplo sentido: Quanto si monstro men tanto e piu bella (Quanto menos ela se mostra, mais bela é).

Familiarmente, descobrir a taça das rosas significa desvendar um segredo, mas a origem desta expressão é muito pouco conhecida.

Outrora, os nossos antepassados, para impor a lei do silêncio aos seus convivas, colocavam em cima da mesa uma taça com um ramo de rosas. Queria o bom tom e a honra que qualquer conversa colocada sob esse signo fosse mantida rigorosamente secreta.

Esse costume era praticado noutros sítios, com uma variante: colocavam uma rosa suspensa por cima da mesa do banquete e seria faltar à honra repetir as conversas realizadas sob a rosa (sub rosa).

Acontecia por vezes, para que se pudesse falar mais livremente durante a refeição, que a taça fosse coberta com um véu; antes de abandonarem a mesa, a taça era descoberta e a lei do silêncio voltava
a ser uma obrigação sagrada.

Para os pitagóricos, franco-juízes, cavaleiros errantes, templários, cavaleiros de Rodes, franco-alemães, rosa-cruz, Rosati, para o alto clero cristão, enfim, a rosa tem uma importante significação
esotérica.

Os franco-juízes eram os membros da Santa-Vehme, constituídos em tribunal secreto e encarregados da execução dos indivíduos culpados de perturbar a ordem social e religiosa. Sobre o ferro do seu machado justiceiro estava gravado um punhal e um cavaleiro segurando um ramo
de rosas. Aquele que traísse o segredo colocado sob o signo da flor era morto com o punhal.

Se eles passassem nas proximidades de uma rosa cortada, os franco- juízes deviam segurá-la com a boca ou colocá-la sobre o coração.

No século XII aparece a rosácea nos vitrais das catedrais. É através de uma rosa multicor que a luz (verdade) entra nos santuários. Para realizar essa maravilha que é a rosácea da Notre-Dame de Paris (12,90 metros de diâmetro), foi necessário que o mestre arquiteto conhecesse
o segredo do número de ouro, da resistência do material e das fórmulas sábias, apenas transmitidas aos grandes iniciados das sociedades secretas.

Em tudo em que a rosa entra em jogo, o silêncio e o segredo acompanham-na.

No princípio deste século ,podia ver-se em Lião, no i número 14 da Rua Thomassin, sobre a porta de entrada e gravada na pedra, uma pequena cabeça coberta por um capuz e com uma enorme rosa por cima.
Insígnia de artesão? Sinal de pertença? Ninguém decifrou esse enigma, mas é provável que alguns viajantes, ao olhar a insígnia, adivinhassem o sentido secreto.

Existiam na Idade Média inúmeras estalagens ostentando a palavra rosa na tabuleta: A la Rose de Provins, La Rose et l’Eglantine, Auberge de la Rose, Auberge de la Rose Blanche, etc.

Temos boas razões para crer que essas estalagens, que ladeavam as grandes entradas do Ocidente e o caminho dos santuários, eram exploradas por hoteleiros filiados numa sociedade secreta. A tabuleta indicava os viajantes que se encontravam sub rosa e que tudo o que
dissessem ou fizessem jamais seria divulgado.

Segundo Charles Nodier, um decreto do Parlamento de Ruão, no final do século XVI, proíbe aos habitantes da cidade que vão à Taberna da Rosa e à Taberna da Roseira. É dessa mesma época que data o cisma da rosa, que opôs os iniciados laicos aos iniciados cristãos. Cada vez mais,
as sociedades secretas, fundadas sob o signo desta flor, se afastavam do dogma rígido instituído pelos franco-juízes.

Nos nossos dias, os rosa-cruz seriam os últimos possuidores da verdade sub rosa, que os grandes ocultistas consideram como a única que provém em linha direta de antepassados nossos.

Todavia, com a rosa por divisa, existe uma espécie de supersociedade secreta que teria ainda, diz-se, alguns membros em Portugal e na América do Sul. À porta das suas casas estariam plantadas de um lado e de outro uma roseira vermelha e uma roseira branca.

Jacques Coeur, cuja imensa fortuna foi confiscada por Carlos VII, e depois reconstituída, segundo a lenda, graças ao ouro filosofal, pertencia a essa ordem hermética, tal como aqueles «pilotos» de D.
João II, de Portugal, que, obrigatoriamente, se retiravam para as ilhas dos Açores e da Madeira, longe dos curiosos, depois de terem, dez anos antes de Colombo, trazido ouro das minas do Brasil.

Foi no ano 715 que foi instituída a bênção das chaves da confissão de São Pedro, as quais foram entregues em seguida a alguns estabelecimentos religiosos privilegiados. Supõe-se que deriva desse
costume o rito da rosa de ouro ou rosa dos papas.

Por volta de 1048, o Papa Leão IX ordenou a dois mosteiros, detentores das chaves da confissão de São Pedro, que fornecessem, como reconhecimento, todos os anos, uma rosa de ouro, ou pagassem o seu valor.

A rosa de ouro era então o símbolo da fragilidade humana. A inalterabilidade do metal era uma imagem da eternidade da alma. Era uma simples rosa brava que pintavam de vermelho, e depois veio o hábito de a ornamentarem ao centro com rubis e pedras preciosas. Desde Sisto IV (1471), a flor dos papas, cinzelada com ouro fino, era feita de um ramo espinhoso com várias rosas em flor ornadas de folhagem.

A flor colocada no cimo do ramo era maior do que as outras e tinha, à laia de coração, ao centro da corola, uma pequena taça perfurada.
Quando da bênção da rosa, o papa deitava nessa cúpula vários perfumes imitando o odor da rosa para «recordar aos iniciados as misteriosas propriedades que estão ligadas à flor».

Jamais o sentido secreto da rosa cristã foi revelado aos profanos.

O papel das sociedades secretas talvez tenha sido menos importante do que imaginamos. Todavia, a sua ação faz parte da história secreta e a esse título merece ser sublinhada.

Texto retirado de:
CHARROUX, Robert. História Desconhecida dos Homens. Trd. Gina de Freitas. Lisboa, Bertrand, 1963
Emar Vigneron

 

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