Hoje em dia, uma loja individualmente, quer seja de graus simbólicos quer
pratique os graus filosóficos, não tem razão de ser, senão enquadrada numa
estrutura mais ampla: numa Obediência ou numa Potência maçônica. A distinção
entre Obediências e Potências é normalmente muito pequena. Em ambos os casos
tratam-se de associações de três ou mais lojas que reconhecem uma organização
e uma administração comuns. A diferença reside na autonomia de recrutamento.
As Obediências recrutam diretamente do
mundo profano para as suas lojas, enquanto as Potências recrutam noutros
organismos maçônicos. Assim, os corpos maçônicos dos altos graus são
normalmente Potências, enquanto os dos graus simbólicos são sempre Obediências.
Em princípio, as Obediências simbólicas denominam-se Grandes Lojas, e todas
as suas lojas praticam os mesmo rito, enquanto, se praticarem ritos diferentes,
são chamadas Grandes Orientes, Federações ou Confederações. Este conceito
de Grande Oriente é porém relativamente recente, conhecendo apesar de tudo
exceções. Tanto no passado como atualmente existiram Grandes Orientes onde era
somente praticado um rito. No entanto, a diferença em relação às Grandes
Lojas é que permitem que as suas lojas trabalhem em outros ritos, desde que
regularmente instalados.
Historicamente, as Grandes Lojas surgiram
primeiro, em 1717, com a criação da Grande Loja de Londres, que se tornou a
Loja-Mãe do mundo e de onde todas as outras Obediências derivam mais ou menos
diretamente. A partir de 1723, com as Constituições de Anderson, a Grande Loja
passou a opor-se às "lojas particulares". Segundo alguns autores,
esta ruptura em relação à tradição representou um recuo iniciático, e o início
da decadência da maçonaria tradicional, rejeitando-se uma das mais belas noções
maçônicas, "o maçom livre numa loja livre". É, porém, uma opinião
discutível.
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