O primeiro detalhe que é visto no Painel de Comp.·. é um pé de trigo na
parte externa do Templo perto de um pequeno rio. Estes dois
elementos estão intimamente relacionados com a P.·. de P.·. do Comp.·. e que está detalhada
na 2a Instr.·. do grau. Esta palavra é de origem hebraico e de pronunciação exata sempre discutida;
também merece dúvidas, até hoje, a forma certa da sua
escritura já que os escritos hebraicos pre-masoréticos
(anterior aos masoretas que são os gramáticos hebreus que
trabalharam na masora ou exame crítico da Bíblia para
determinar a verdadeira interpretação do texto sagrado) não
usavam acentuação, signos nas vogais ou pontuação, podendo
carregar o acento em qualquer sílaba. Autores pensam que a
pergunta feita pelos soldados galaaditas do general Jefté aos
fugitivos efrainitas, que procuravam os vaus do rio Jordão que
conduzem a cidade de Efraim, fosse mal compreendida pelos
fugitivos, explicável pelo nervosismo frente a possibilidade
de perder a vida nas mãos dos inimigos vitoriosos. A palavra
teria dois significados: Sch.·. como espiga de trigo e Sib.·.
como corrente de
água. Eles correndo através dos campos de trigo para entrar na
corrente de água do rio Jordão, haver-se-iam confundido e
respondido Sib.·. olhando para o rio
que representava sua salvação e que estava tão perto. Mas,
frente a esta especulação surge com mais força a dificuldade
da pronuncia correta de Shib.·. conforme nos fala o
Livro dos Juizes.
Recentemente, Schib.·. tem sido traduzida
como semente de cereal e Sib.·. como uma comida em
conjunto, conforme a Mishnah, a compilação das leis
tradicionais das escolas farisaicas (anos 70 à 250 dc). A
interpretação da maç.·. inglesa para
Sch.·. é “espigas de cereal
que pendem perto de uma corrente de água” que pode sugerir
muitas interpretações, como símbolo da riqueza material ou
espiritual que pode alimentar o gênero humano, símbolo do
trabalho que alimenta o homem. Lembremos que nos mistérios
eleusinos aos neófitos era-lhes mostrada uma semente de cereal
como símbolo da imortalidade que ele poderia alcançar se
superar as provas da iniciação. A mitologia grega, com Demeter
e Perséfone, também acompanha o grão que permanece oculto na
terra durante o Inverno e renasce com a chegada da
Primavera.
Na entrada do templo
estão as duas colunas B e J, as mesmas que o Comp.·. conheceu quando
Ap somente que desta vez
as colunas estão encimadas com duas esferas simbolizando a da
coluna B o Globo Terrestre e a da coluna J o Globo Celeste
ambas assinalando a universalidade da Maç.·. Pelas medidas
desproporcionadas delas são do estilo babilônico e estão
ornadas de motivos egípcios; lembram as existentes no átrio do
Templo de Luxor e não sustentam nada sendo unicamente
decorativas.
Após as duas colunas bem no pé da escada se vê a figura de um homem com vestes antigas que
representa o Pr Vig pronto para exigir o T.·. o S.·. e P.·. de P.·. do grau dos CComp.·. antes de subir a
escada de caracol. Muitos acreditam que essa figura é o
Cobridor do Templo, mas Assis Carvalho lembra que o Templo de Jerusalém
não tinha Guarda Externo e o Guarda Externo no
Ritual Maç.·. não tem mais de 600
anos, mas o Ritual do Comp.·. na mesma
2a Instrução nos aclara que o 1o Vig.·. ficava aguardando os
CComp.·. para pedir deles a
P.·. de P.·.
A Escada que vem a continuação é uma Escada de caracol para simbolizar que a
ascensão do Maçom não é nada fácil. Lembrando o Salmista, só
subirá a Montanha do Senhor quem tiver as mãos limpas e o
coração puro. Na página seguinte do Ritual do Comp.·. vemos um detalhe da
escada que mostra que a subida da escada recurvada é de três
lances, respectivamente de três, cinco e sete degraus. Os três
primeiros degraus correspondem ao Prumo, Nível e Esquadro e
que o Comp.·. já conheceu no 1er Gr.·.
Depois temos os degraus que lembram os cinco sentidos: ouvir, ver, apalpar,
cheirar e provar. Ragon fala que as cinco viagens lembram
filosoficamente os cinco sentidos, que são fiéis companheiros
do homem e seus melhores conselheiros nos julgamentos que ele
deve fazer; um sentido pode se enganar; os cinco sentidos,
jamais; toda sensação é uma percepção que supõe a existência
de uma retidão. Para Luis Umbert Santos é a primeira viagem
que está consagrada aos cinco sentidos. Oscar Ortega (Chile)
também coincide que a primeira viagem tem relação com o
objetivo e o substancial e, por tanto, lhe é assinalado a
interpretação dos 5 órgãos dos sentidos. O desenhista colocou
nestes 5 degraus um corrimão sustentado por 5 colunas cada uma
delas correspondente a uma ordem grega diferente, e assim
temos uma coluna toscana, dórica, jónica, corinthia e uma
compósita; elas representam as cinco ordens nobres da
arquitetura antiga. No primeiro grau foram estudadas em
detalhe o referente às colunas jónica, dórica e corínthia. A
ordem compósita ou composta, como indica seu nome usa
elementos dos capitéis das colunas jónica e corínthia, a
coluna compósita lembra o Or.·. que reúne as
proposições das discussões em L.·. conciliando-as e
“fechando o triângulo”; a toscana, a diferença das outras
quatro, é italiana, originaria da antiga Etruria, que formou
na História um grande ducado anexado em 1860 ao reino da
Itália; a ordem toscana é reconhecida como a mais simples e
sólida das cinco ordens de Arquitetura; o dossel do trono do
Ven.·. M.·. é sustentado por duas
colunas toscanas.
O terceiro lance da escada é de sete degraus e cada um deles representa uma das
sete artes e ciências do mundo antigo: Gramática, Retórica,
Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia; após
completar os três lances de 3, 5 e 7 degraus é que o Comp.·. chega à C.·. do M.·.
Bibliografia:
- Curso de Maç.·. Simb.·. - Theobaldo Varoli Filho
- Comp.·. Maç.·. - Caderno de Estudos Maç.·. - Assis Carvalho Ritual do G.·. de Comp.·. - Joseph-Marie Ragon
- Manual Ortodoxo del Comp.·. M.·. - Luis Umbert Santos
- Comp.·. M.·. - Cámaras de Instrucción - Oscar Ortega S.
- Grau do Comp.·. e seus Mistérios - Jorge Adoun
|