No primeiro Grau
simbólico encontramos o Esquadro, a Régua, o Compasso, o Nível, o
Prumo, o Malho e o Cinzel, utensílios fundamentais ao Maçom no seu
trabalho de lavrar, esquadrejar, medir e polir a Pedra Bruta com a
finalidade de transformá-la em Pedra Polida ou Cúbica.
O Esquadro é o Símbolo
da Justiça e da Gratidão, seu ângulo reto simboliza a conduta
irrepreensível que o Maçom sempre deverá manter perante a sociedade,
pautando todos os seus atos e decisões dentro da mais absoluta retidão
e equidade no trato de seus semelhantes. Em conjunto com o Compasso
representa o "Escudo Maçônico", signo mais conhecido da Maçonaria.
É composto de dois ramos de comprimento igual e provém da metade de um
quadrado que é o Símbolo da Terra onde se desencadeiam as paixões
humanas e, o verdadeiro Maçom encontrando-se entre o Esquadro e o
Compasso está entre o Céu e a Terra, ou ainda, entre a matéria e o
espírito.
Sendo o Esquadro o
instrumento que se destina a dar forma regular a todo material, serve
simbolicamente, para indicar ao Maçom que sob o ponto de vista moral,
deve ser empregado para corrigir as falhas e as desigualdades do caráter
humano. Como Símbolo da justeza que conduz o homem à perfeição, o
Esquadro torna-se o Emblema da Sabedoria e, como tal, além de figurar
sobre o Alt dos JJur figura também no Colar do V. M. para indicar que
ele deve ter como sentimentos os Estatutos da Ordem e agir de uma única
forma que é a retidão. Na posição da Ordem do Grau de Apr. a qual
ostenta quatro Esquadros e cuja interpretação é astronômica, porque
nesta forma está contida quatro vezes no ponto onde se cortam os diâmetros
do círculo zodiacal, que os dividem em quatro partes, correspondendo
cada uma à estação do ano respectiva, de conformidade com a inclinação
do Sol em sua carreira.
O Comp quase que
inseparável do Esquadro é o Compasso. Enquanto aquele serve para
regular as nossas ações, este deve traçar os justos limites a
conservar em nossa conduta para com os nossos semelhantes. É o Compasso
um instrumento de dois ramos de madeira ou metal, reunidos por uma de
suas extremidades de maneira a poder afastar-se ou aproximar-se uma da
outra para medir ângulos, traçar círculos de dimensões diferentes.
Estes diversos círculos nos dão a idéia do pensamento nos vários círculos
de raciocínio que podem atingir, ora largas e abundantes posições,
ora a raras e estreitas conclusões, mas todas elas sempre claras e
positivas. O Compasso da Justiça é a própria razão que determina, não
só a origem, mas ainda a legitimidade do direito. Representa as radiações
da inteligência e da consciência do homem. No Grau de Apr. tem suas
pontas voltadas para o Oc e colocadas sob os ramos do Esquadro que são
voltados para o Or. ., simbolizando assim que o Apr só trabalha na
Pedra Bruta e, então dela não poderá fazer uso enquanto não estiver
perfeitamente polida e esquadrejada. Podendo-se abrir em diversos ângulos
ele passa a ser um instrumento valiosíssimo na simbologia maçônica,
assim, a 60° a espiritualidade vai dar no cosmos, a 9O Graus torna-se o
Esquadro indicando que, com esta abertura máxima os limites de espírito
humano não poderiam ser transpostos.
A Régua como
ferramenta usada para medir e delinear os trabalhos, assim como, para
traçar linhas retas, deve servir como utensílio de meditação, de
consciência, de inteligência e de cautela ao Maçom na execução de
seus afazeres, ou na tomada de decisões, que o permitam traçar na
Pedra Bruta, retas que a tornem Cúbica. Antigo Símbolo da retidão, do
método e da lei, a Régua é considerada o emblema do aperfeiçoamento
e, Como a reta não tem começo nem fim, ela também é vista como Símbolo
do Infinito. Significa ainda o meio de assegurar o cumprimento das
normas do comportamento humano -sem as quais não pode haver ordem.
Estas normas constituem o equilíbrio de todas as ações, assim, elas
consubstanciam uma medida que pode ser avaliada pelos módulos da Régua.
Em Maçonaria
utiliza-se a Régua de 24 polegadas significando as 24 horas do dia, as
quais devem ser divididas pelo Mestr de CCer. que porta a insígnia da Régua,
em espaços iguais destinados ao trabalho, ao repouso, aos exercícios físicos
e mentais e à recreação, ou seja, as horas não devem ser mal
empregadas na ociosidade e em ocupações egoísticas.
O Nível, como Jóia
do 1º Vig. é o emblema da igualdade entre os Maçons. Ele lembra aos
OObr. da Ordem que todas as coisas devem ser consideradas com serenidade
igual e que o seu Símbolo tem como corolário noções de medida,
imparcialidade, tolerância, igualdade, além do correto emprego dos
conhecimentos. Prima pelo ideal de que ninguém entre nós deve procurar
dominar os outros. Para Ragon é o Símbolo de igualdade social, base do
Direito Natural, ao passo que para Plantagenet corresponde a igualdade
original, embora sem nivelamento de valores. No simbolismo o Nível é
considerado como uma ferramenta passiva, é o "Símbolo da nossa
submissão à Lei, que impôs a todos e perante à qual somos todos
iguais" (NicoIa Aslan).
O Prumo ou a
Perpendicular é a insígnia do 2º Vig. e representa a retidão da
consciência e procedimento de um Irm da Igualdade e da profundeza na
observação. Para os Antigos é o emblema do equilíbrio que simboliza,
ao mesmo tempo, a escada sobre a qual se encontram repartidos,
desigualmente, os seres da Natureza. Para Frau Abrines o Prumo é o Símbolo
da estabilidade, da ordem, da justiça e da equidade. Mackey analisa
esta ferramenta do ponto de vista geométrico como aquilo que é
vertical e ereto, sem inclinação nem para um lado nem para outro, ou
seja, em sentido figurado significa:
Justiça - é a
que não inclina para qualquer lado a não ser a verdade.
Fortaleza - aquela que não cede ao desfavorável ataque.
Prudência - aquela que segue sempre o caminho da integridade.
Temperança - que não se desvia por apetites e paixões.
O Malho junto com o Cinzel e a Régua são as ferramentas imprescindíveis
ao Apr. de Maçom pois, sem o concurso delas o trabalho de desbaste da
Pedra Bruta seria impossível. O Malho representa a vontade, a energia,
a força física, o aspecto ativo da consciência, necessários para
vencer os obstáculos, e seu emprego seria nulo se não existisse o
Cinzel, instrumento passivo que produz a beleza final de toda a obra e
determina a justa aplicação da sabedoria. O Malho representa a inteligência
que permite ao homem distinguir o Bem do Mal e avaliar o que é justo do
que é injusto, mas para tanto necessário se torna que o trabalho seja
dirigido e consciente, daí a importância da Régua no planejamento e
do Cinzel no corte e embelezamento da Pedra Bruta. Sem esta integração
o Malho apenas quebraria, pulverizaria ou esmagaria a Pedra ao invés de
lapidá-la. Ferramenta cortante o Cinzel representa a perseverança e o
agente espiritual da vontade celeste que pode penetrar a matéria.
Movido pelo Malho ele tem por missão fazer desaparecer as asperidades,
os preconceitos e os ' erros. Assim, nenhuma obra poderá ser produzida
na pedra sem a ação bem orientada do Cinzel, com a Força do Malho, após
o traçado de linhas retas e perfeitas pela Régua.
Enfim, como é
lamentável que os homens não tenham compreendido a generosidade do
Grande Geômetra do Universo e utilizem todo esse conhecimento de
geometria, de construção e manipulação de ferramentas para a destruição,
a perversidade, perseguição e domínio de seres semelhantes.