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A VERDADEIRA MISSÃO

 

Vez por outra chega em minhas mãos algum escrito em que o tema versa sobre uma pretendida "Reforma" da Maçonaria Universal mas, nunca, até agora, em Editorial, como neste número de nossa revista maçônica preferida.

O Editorial deve retratar o pensamento da direção e, em geral, se afasta da polêmica, buscando uma posição de equilíbrio entre o consenso e a contestação, deixando espaço para o contraditório.

A prudência é uma das virtudes que devem ornar a personalidade do Maçom e ela nos ensina que a verdade não está nos extremos e nem no meio, senão no meio do meio.

O Dicionário Enciclopédico de La Masoneria, em seu tomo III, em sua "Introducción", disserta:
"apesar de tudo que inventaram e projetaram para destruir tão útil associação e para entorpecer sua ação e sua atividade e para tornar suspeitas as suas tendências, a verdade é que, constante e progressivamente se sustentou, espalhou-se e desenvolveu-se, contribuindo sempre, durante o decorrer dos tempos, ao aperfeiçoamento da vida social, fazendo sentir muitas vezes sua saudável influência sobre a moral pública e sobre a educação dos povos.

Fundada sobre uma verdade eterna e sobre uma exigência imperiosa de nossa natureza humana, soube vencer preocupações e erros de toda a espécie, sem separar-se jamais de sua gloriosa missão. Ela conduziu todos os seus associados ao exercício da caridade e da beneficência, inspirando-os à abnegação e a toda energia moral de que se necessita para consagrar-se a praticar o bem; ensinou-lhes, também, sobre a verdade e com ela a necessidade do cumprimento de todos os deveres; ela consolou os aflitos e soube fazer voltar os extraviados ao caminho da virtude e, por último, enxugou as lágrimas de muitas viúvas e de muitos órfãos e fundou uma infinidade de instituições benéficas de interesse geral.

É oportuno lembrar que em todo o mundo a Maçonaria implantou escolas e fundou o escotismo, o Lions, o Rotary, a Ordem DeMolay, afastou tiranos do poder, lutou pela liberdade dos povos, tomou independentes muitos países e libertou povos inteiros da escravidão e tudo isso é de uma atualidade incontestável.

Em 1950, a Grande Loja Unida da Inglaterra enviou uma carta à Grande Loja do Uruguai na qual expõe o seu pensamento doutrinal sobre a Ordem Maçônica, afirmando:
A Maçonaria não é um movimento filosófico que admite qualquer orientação ou opinião. A verdadeira Maçonaria é um culto para conservar e entender a crença na existência de Deus, para ajudar os Maçons a regularem a própria vida e a própria conduta segundo os princípios da própria religião monoteísta que exija a crença em Deus como Ser Supremo e seja uma religião que tenha um livro sagrado sobre o qual o Iniciado passa aprestar juramento à Ordem".

Ora, eu não sou um homem religioso mas tenho fé profunda e inquebrantável no espírito criador que chamamos Grande Arquiteto do Universo e não estabelecerei polêmica sobre religião. Creio ser Ele o criador de todas as coisas vivas e mortas nascidas e por nascer, norteando-me pelo pensamento hermético.

Quando se fala de especulação é necessário atermo-nos a sua conceituação. Na Verdade, especulação nada tem a ver com sonho e fantasia. "Especular" é observar alguma coisa mentalmente. Existe, portanto, o objeto, algo concreto para ser observado, não é um sonho, produto do inconsciente, mas algo real. O termo vem de "specio", significando "eu vejo" ou "eu olho".

No nosso caso o especulativo é um idealista, voltado para o ideal maçônico de fraternidade universal. A história humana, como diz Michel Quoist, é uma grande liturgia começada na aurora dos tempos e que só terá fim quando o último homem der o seu último suspiro.

Os princípios e finalidades da Maçonaria estão bem expressos ainda no Dicionário Enciclopédico de Ia Masoneria, de que me valho ainda mais uma vez:

Tem por objeto a investigação da verdade, o estudo da moral e a prática da solidariedade; trabalhar pelo crescimento material e moral e pelo aperfeiçoamento intelectual e social da humanidade; estender a todos os homens os laços fraternais que unem os Maçons de todos os recantos do Globo e lutar incessantemente contra a ignorância sob quaisquer de suas formas. "É uma escola de apoio mútuo segundo consta de um notável documento oficial cujo programa assim se resume. Viver honradamente; obedecer às leis de seu país; praticar a justiça; amar os seus semelhantes; trabalhar incessantemente para o bem estar da humanidade e procurar alcançar a sua emancipação por meios pacíficos e progressivos.

Afirmo e sustento que não somos uma organização política e nem devemos pretender sê-lo, nem apartidária nem partidária; também não somos uma sociedade filantrópica, embora pratiquemos a filantropia, seja por razões políticas, seja por razões humanitárias (lutas no passado contra a Igreja Católica, atendimento de apelos de populações atingidas por calamidades); de Auxílio Mútuo também não o somos, embora nos ajudemos mutuamente nos casos de necessidade; espiritualistas somos, não somos materialistas, é óbvio; de formação de líderes o somos, senão especificamente, pelo menos contribuímos para isso; de formação cultural o somos, afinal, as instruções no Rito Escocês Antigo e Aceito oferecem uma iniciação filosófica aos Irmãos recebidos em nosso meio.

A verdadeira missão do Maçom é buscar dentro de si o Mestre Perfeito e, durante essa busca, atuar segundo a doutrina, os princípios e normas maçônicas, tomando-se um cidadão digno e útil à sua comunidade, voltando-se primeiro para a pequena humanidade com que convive, sem pretender mudar o mundo enquanto nem sequer conseguiu mudar a si mesmo.

É preciso, é imperativo que o Maçom conheça a história, o passado da Maçonaria Universal e que os atos gloriosos, heróicos, dos Irmãos do passado lhe sirvam de emulação, exemplos a serem seguidos, respeitando as contingências, vivendo a realidade dos novos tempos.

Vandré sabia cantar muito bem, mas não sabia fazer a hora, ele sabia apenas cantar.

Os partidos políticos, os governos, as Igrejas, todas as instituições que se propõem a resolver os problemas sociais, por mais poderosas que sejam, ainda não conseguiram resolvê-los de forma definitiva nem satisfatória.

Por que a pressa? Não somos revolucionários, somos Maçons!

A Maçonaria não tem de mudar nada, nós, sim, devemos mudar, transformar-nos em homens novos a partir da Iniciação, começo e fim de toda transformação.

A Maçonaria nunca proibiu que um Irmão implantasse uma escola, um hospital, ou que se tomasse um missionário, um legionário da Boa Vontade ou um voluntário sem fronteira.

A Maçonaria deve ser o que é. A Ordem não pode estar voltada para fatos circunstanciais. Seu olhar sereno deve pairar no horizonte distante onde resplandece a luz que não cega e não queima, onde se encontra o reino do amor e da plenitude.

Eu nada sei e sei que nada sei, mas se eu vier a conhecer a verdade farei como os Grandes iniciados, deixarei a Maçonaria e buscarei outra escola; porém, jamais tentarei transformar a Maçonaria, ela me basta.

Antes de terminar quero dizer aos meus Irmãos que a Maçonaria é a minha ideologia e que não conheço outra melhor, embora ela não me contemple com cargos remunerados nem me prometa a vida eterna.

Ir.·. Ary Moreira Pinto
 

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