A Maçonaria é em termos gerais uma associação de pessoas que
preservam entre si princípios de fraternidade
e se reconhecem por sinais, toques e palavras. Além de ocultar os seus
conhecimentos na interpretação dos símbolos
e emblemas. Os Maçons reúnem-se em Lojas e cada Loja
maçônica possui um "Líder", que é eleito entre os membros desta
Loja, sendo este tratado por Venerável Mestre.
A Maçonaria universal
compreende basicamente os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. É uma
organização discreta que se auto define como filosófica, filantrópica e
educativa progressista. Por manter os seus ensinamentos e rituais em segredo,
transmitindo-os apenas aos seus membros, a maçonaria é alvo de muita
curiosidade e críticas. Deve-se destacar a influência que a Maçonaria exerceu
e continua exercendo em todos os níveis da sociedade, seja Brasileira, seja
Internacional.
A Maçonaria usa um sistema de graus para passar os seus ensinamentos aos
seus membros, cujo acesso é obtido por meio de uma Iniciação (Ritual
de aceitação) a cada grau.
O nome Maçonaria provem do francês maçonnerie ou do inglês masonry
que significa construção. Esta é feita por um maçom (pedreiro) em
suas lodges (canteiros de obras). Algumas correntes afirmam que a palavra
é mais antiga e tem origem na expressão copta Phree Messen, cujo
significado é "filhos da luz".
Havia dois tipos de pedreiros, na Idade Média, o rough mason
(pedreiro bruto) que trabalhava com a pedra sem extrair-lhe forma ou polimento e
o free mason (pedreiro livre) que detinha o segredo de polir a pedra
bruta e erigir construções.
De Maçonaria Operativa para Maçonaria Especulativa
Possivelmente, a Moderna Maçonaria tenha se originado na Escócia
para onde foram, segundo algumas lendas, diversos membros templários,
fugindo da Inquisição
da Igreja
católica. Eles teriam se associado a Guildas Maçônicas passando a estas,
vários de seus conhecimentos filosóficos e esotéricos. O próprio Robert
de Bruce, o rei que libertou a Escócia da dominação inglesa
pertencia à sociedade maçônica.
Como se vê, a transição da Maçonaria Operativa para a Maçonaria
Especulativa (forma como esta organização apresenta-se, hoje) dá-se de forma
imperceptível. As Lojas de Maçons Operativos foram progressivamente recebendo
membros que não pertenciam ao ofício da construção, que eram chamados de
“Maçons Aceitos”, e que podiam participar de suas discussões após serem
iniciados.
No século XVIII, dois fatos vão marcar a evolução da Maçonaria
Especulativa:
-
Secularização característica contendo, de acordo com a ideologia das
Constituições de Anderson, um fundamento no qual todos os homens parecem
concordar: o deísmo, que é uma forma de religião natural e que busca a
felicidade em qualquer lugar.
-
Tendência à universalidade que se manifesta por uma abertura muito próxima
aos pensamentos dos Iluministas, caracterizados pelo respeito à tolerância
e à fraternidade. A Revolução consagrou este estado de espírito,
manifestado por muitos maçons, com a defesa dos Direitos Humanos e do Cidadão
e a luta incansável contra toda forma de escravidão.
Um dos grandes e recentes trunfos da Maçonaria foi a elaboração da
Constituição da Comunidade Européia, dirigida pelo Maçom Giscard D'Estaing.
A maçonaria teve influência decisiva em grandes acontecimentos mundiais, tais
como a Revolução
Francesa e a Independência
dos Estados Unidos. Tem sido relevante, desde a Revolução Francesa em
diante, a participação da Maçonaria em levantes, sedições, revoluções e
guerras separatistas em muitos países da Europa e da América. No Brasil,
deixou suas marcas, especialmente na independência do Brasil do jugo da metrópole
portuguesa e, entre outras, a inconfidência mineira e na denominada
"Revolução Farroupilha", no extremo sul do país, tendo legado os símbolos
maçônicos na bandeira do Rio Grande do Sul, estado da Federação brasileira.
Vários outros Estados da Federação possuem símbolos maçônicos nas suas
bandeiras, como Minas Gerais, por exemplo.
Ritos
Atualmente a Maçonaria possui dois principais ritos: o escocês (de 33
graus) e o de York. O rito escocês é uma simplificação do Antigo Rito de
Memphis-Mizraim que possuía de 90 a 97 graus (dependendo da versão), e que
foi adotado por Ordens maçônicas no século
XIX. Outro rito que cresce muito no Brasil é o Schröder.
Os Rituais de Schröder (recomenda-se pronunciar “chreder”) foram
aprovados em 29 de junho de 1801 pela Assembléia dos Veneráveis Mestres das
Lojas da Grande Loja Provincial de Hamburgo e da Baixa Saxônia (pois naquela época
a Alemanha ainda não fora unificada) e rapidamente conquistaram a aprovação
de muitas Oficinas de língua germânica. Posteriormente foram adotados por alemães
e seus descendentes em diversos países. No Brasil, com a colonização germânica
no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o Rito estabeleceu-se inicialmente no
idioma Alemão. Mais tarde o Ritual foi traduzido para o Português, sendo
reconhecido por diversas Grandes Lojas Estaduais - C.M.S.B., pelo Grande Oriente
do Brasil - G.O.B. e pelos Grandes Orientes Estaduais Independentes - C.O.M.A.B.
No Brasil
Apesar de historiadores terem omitido alguns fatos, avaliando os anais da
história, fica claro que a Maçonaria teve participação crucial na História
do Brasil, principalmente no primeiro período republicano. Sendo que muitos
dos acontecimentos que se sucederam, tomaram corpo dentro de algumas Lojas Maçônicas.
Influenciou a Inconfidência
Mineira, a Revolução
Farroupilha (Guerra dos Farrapos), a Conjuração
Baiana, a Abolição
da Escravatura, a Proclamação
da República e a Independência
do Brasil.
O imperador D.
Pedro I era maçom, chegando inclusive a ocupar o cargo de Grão Mestre
(maior cargo dentro da Maçonaria
Simbólica) do Grande Oriente do Brasil; quando D. Pedro I rompeu com a Maçonaria,
os maçons desencadearam célebre vingança, obrigando-o a abdicar em favor de
seu filho ainda infante, para retornar a Portugal. Lá, morreu ainda jovem, de
estranha doença. A maioria dos militares ligados à proclamação da República
eram maçons. Aliás, todo o ministério do primeiro presidente, Deodoro
da Fonseca, era composto por maçons. Foi igualmente iniciativa da Maçonaria
a renúncia do Presidente Jânio Quadros, que apontava a presença de "forças
ocultas" na sua decisão. A Maçonaria se fez presente na Revolução de
1964, com todos os membros da junta militar pertencentes aos seus quadros.
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