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Aumente o som
Caminhou entre nós um homem de afáveis modos.
Marcado pela cortesia e nobreza de espírito.
Era de pouco falar. Mas quando falava, concluía.
Com inteligência arguta e humor refinado, cultivou sempre muito expressivo respeito pelos que o encontraram ao longo da vida.
De índole dedicada e leal.
De caráter honesto e honrado.
Afeito à sinceridade e à lhanesa de trato.
Manifestava sua solidariedade com a presença física silenciosa, um sorriso meigo e paternal, soerguendo as sobrancelhas, enrugando a testa e dizendo: - É fogo!
Pai amoroso e dedicado.
Avô de qualificações insuperáveis.
Caminhou pelos caminhos do Poder - e quanto poder! - sem se deixar contaminar, sem se deixar levar pelo que levou e leva a tantos...
Nunca ouvi dele nenhum murmúrio seja quanto a isto ou seja quanto àquilo...
Pediu-me a leitura, riu-se em meio à ela, quando a dor já deveria ser insuportável...
Neste instante posso vê-lo com seu sorriso, com as mãos enlaçadas às costas, o cigarro...
E lá vai Alfredão, o Grande.
Sai andando, dando um até logo a todos nós que tivemos o privilégio de conviver com ele.
Deus o abençoe, ilumine, proteja e guarde, onde quer que lhe caiba ir agora.
A minha fé diz que há sim um porvir e lá, nesse porvir, havemos de nos reunir todos uma vez mais, sob as bênçãos de Deus.
Até de repente, meu amigo.
MARIO ORLANDO GALVÊS DE CARVALHO (Filho do Coração)
SOL BRILHANDO