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A HISTÓRIA DAS OLIMPÍADAS

 


O criador dos Jogos Olímpicos - O Barão de Coubertain

O esporte já não é mais uma atividade para amadores. Há muito se abandonou o romantismo nas pistas e nas quadras. Movimenta-se, hoje, uma poderosa indústria feita de atletas espetaculares e patrocínios também. Dois grandes nomes iniciaram sua trajetória nos Jogos Olímpicos e ajudaram a transformar as competições num show planetário de milhões de dólares. A fama, atualmente, pode ser medida pelas contas bancárias. Carl Lewis, o senhor absoluto das pistas de atletismo na década de oitenta, e Michael Jordan, o melhor jogador de basquetebol da história, tiraram o esporte da adolescência.

Carl Lewis despontou como o rei dos estádios nas Olimpíadas de 1984, em Los Angeles. Durante uma década, liderou o seleto grupo dos homens mais velozes do mundo, capazes de romper o limite dos dez segundos nos cem metros. Lewis igualou o feito de Jesse Owens, conquistando quatro medalhas de ouro. Disputou quatro Olimpíadas e se despediu em 1996, em Atlanta, aos 36 anos de idade, ostentando no pescoço nove medalhas douradas.

Com seis títulos na NBA, a liga de basquetebol americano, ele é o principal responsável pela popularização da bola laranja do mundo. “Eu vi Deus na quadra disfarçado de Michael Jordan”, disse Larry Bird, assombrado com o desempenho do adversário. Nas Olimpíadas, conquistou o ouro em Los Angeles, em 1984 e ajudou o Dream Team, a imbatível seleção de basquete dos estados Unidos, a vencer com genialidade, em 1992, em Barcelona.

A primeira notícia de um campeão olímpico data de 770 antes de cristo. Coroebus de Elis, cozinheiro, venceu a corrida de 200 metros. Alguns pesquisadores da Antigüidade, contudo, acreditam que as primeiras Olimpíadas tenham sido realizadas 500 anos antes do feito do chefe de cozinha-atleta. Os Jogos organizados de quatro em quatro anos na cidade-estado de Elis, em Olímpia, faziam parte de um festival religioso. Durante as disputas. Todas as guerras entre os Estados helênicos eram suspensas, Até 776 antes de cristo, havia uma única competição, a corrida. Em 724 antes de cristo introduziu-se nova modalidade, semelhante aos atuais 400 metros rasos. O pentatlo passou a ser disputado em 708 antes de cristo. Até 472 antes de cristo as provas eram realizadas em um único dia. Só cidadãos livres, podiam competir, e a participação das mulheres era proibida.

A premiação com medalha de ouro para o primeiro colocado nas provas olímpicas foi instituída em 1904, nos Jogos de Saint Louis, nos Estados Unidos. Naquela Olimpíada havia provas bizarras, como cabo de guerra e subida em corda, disputas que hoje não existem mais.

Os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, realizados em 1896, em Atenas, serão sempre identificados como o marco de um período aventureiro. Tinha tudo para dar errado. Transformaram-se na pedra fundamental de uma grande vitória. Organizado em apenas dois anos de antecedência, o evento esportivo recriado pelo Barão Pierre de Coubertain, foi realizado num ambiente de pura improvisação.

Atletas se misturaram-se com estudantes e turistas. Qualquer um que se dispusesse a colocar seu nome na lista de provas podia se considerar inscrito. Alguns ganharam medalhas. As Olimpíadas foram inauguradas no dia 6 de abril de 1896, uma segunda feira, feriado nacional comemorativo da independência da Grécia. Cerca de oitenta mil pessoas lotavam o estádio Panatenaico, palcos dos jogos da Antigüidade, restaurado com peças de mármore branco. Os gastos foram bancados pelo milionário grego Geórgicos Averof, e parte com a venda de selos com motivos olímpicos. No final do torneio, o
barão de Coubetain considerou atingidos os objetivos dos Jogos, e marcou para Paris, quatro anos depois, o reencontro com a comunidade olímpica. Atenas voltará a abrigar as Olimpíadas em 2004.

Um barão francês que fundou os primeiros Jogos da Era Moderna, era fascinado pelo comportamento dos gregos no passado. Um senhor de vastos bigodes, foi o responsável pelo renascimento das Olimpíadas. O Barão de Coubertain, como era conhecido na França, ganhou prestígio como educador. Defendia com afinco a prática esportiva a serviço da formação do caráter da juventude. As posições de Coubertain entusiasmaram o governo franc6es. Convidado a elaborar um projeto de alcance internacional, o barão entrou no primeiro navio que lhe permitiu rodar o mundo. Fascinado pelo comportamento dos gregos do passado, Coubertain convocou, em 1894, uma reunião com delegados de nove países e expôs seu plano em Paris: reviver os torneios que haviam sido interrompidos quinze séculos antes. A proposta foi aprovada e os primeiros Jogos Olímpicos confirmados para 1896, em Atenas.

A primeira medalha de ouro ganha pelo Brasil em 1920, nos Jogos da Antuérpia. A precisão do tenente do Exército Guilherme Paraense, a persistência de sua equipe diante das dificuldades e um pouco de sorte, deram ao Brasil sua primeira medalha de ouro. A pequena e abnegada equipe de sete atiradores partiu para a Bélgica por conta própria. Eles embarcaram no navio Curvello, onde estavam os demais integrantes da delegação brasileira, mas interromperam a viagem em Portugal. Informados de que o navio não chegaria a tempo para as provas de tiro, preferiram descer em Lisboa. A alternativa era concluir o percurso de trem. Seguiram então até Paris e de lá trocaram de composição rumo a Antuérpia. Foram 27 dias de atribulada jornada. Em Bruxelas, onde aguardavam conexão para Antuérpia, parte das armas e da munição foram roubadas. A equipe chegou sã e salva, mas o moral dos integrantes estava lá em baixo. Como fome e sem material esportivo, acabaram salvos pelos americanos. Impressionados com o estado lastimável dos brasileiros, os atletas dos estados unidos resolveram ceder aos colegas as próprias armas, fabricadas sob medida pela Colt. Com pistolas e munição, Guilerme Paraense derrotou os cavalheiros americanos e conquistou três medalhas: ouro, prata e bronze. Paraense foi o único a acertar na mosca na prova de desempate, marcando 274 pontos dos 300 possíveis. Ele tinha 36 anos de idade. Morreu de enfarte, em 1968.

As imagens de divulgação dos Jogos Olímpicos narram, desde de 1896, as tendências artísticas e os cânones políticos do período histórico em que se realizaram as competições. Foram usadas, até os anos cinqüenta, como propaganda dos interesses das cidades sedes das Olimpíadas. Adolf Hitler encomendou em 1936, uma ilustração que representasse o homem ariano, numa tentativa de impor à força as idéias racistas da Alemanha nazista. A arte estava a serviço da ideologia.

O grego Spiridon Louis, um pastor de cabras que reforçava o orçamento levando água de sua Vila para vender em Atenas, foi grande herói das primeiras Olimpíadas da Era Moderna em 1896, na Capital grega. Acostumado a andar diariamente vinte oito quilômetros para cumprir sua tarefa, Spiridon teve menos dificuldade que seus concorrentes para correr os quarenta quilômetros da primeira prova oficial da história da maratona.

O esporte foi instituído pelo Barão de Coubertin para homenagear o heróico feito de um soldado grego. Em 490 antes de cristo, o soldado teria corrido os quarenta quilômetros entre a cidade de Maratona e a de Atenas para levar a notícia da vitória da Grécia sobre os persas. Diz a lenda cumpriu a tarefa, mas morreu de exaustão. Spiridon, o novo herói grego, sobreviveu à façanha, Foi homenageado pelos príncipes Constantino e George, e recebeu de presente, um cavalo e uma carroça para transportar água com menor esforço.

Dorando Pietri, um italiano pobre de 22 anos, viajou de terceira classe para correr a maratona nas Olimpíadas de Londres em 1908. Apesar do forte calor, reuniu forças adicionais para superar os favoritos: os ingleses, Fred Lord e Jack Prince e o sul africano Charles Hefferon. Nos últimos metros, Pietri sentiu o esforço e caiu. Conseguiu levantar-se, mas voltou a desmoronar. A multidão gritava para que o ajudassem. Um juiz e um jornalista o amparam na chegada. Azar de Pietro. Ele foi desclassificado. A saga do italiano virou boa literatura nas páginas do escritor Conan Doyle, o pai de Serleck Holmes.

As três medalhas de ouro e uma de prata e as unhas longas e coloridas são da americana Florence Griffith Joyner. Servem de moldura a uma das grandes atletas da história olímpica. A corredora, que quando menina, era capaz de capturar um coelho em disparada pelo deserto, transformou-se no símbolo da mulher vitoriosa no esporte enquanto esteve nas pistas. Em1988, foi ouro nos 100 metros, 200 metros e o revezamento 4x100 metros. Foi prata no 4x400 metros.

Dez anos depois, já longe dos estádios, sentiu no organismo o efeito das sucessivas aplicações de anabolizantes que a ajudaram a moldar o corpo bonito. Morreu aos trinta e oito anos de idade. Da glória à tragédia, Florence marcou sua passagem nas Olimpíadas com muitas vitórias. As mulheres proibidas de participar dos primeiros Jogos da Era Moderna, em Atenas, conseguiram impor sua competência. Nas Olimpíadas de 1904, participaram seis mulheres. Nos Jogos de 1996, as mulheres foram 3.780 atletas.

Uma mãe de dois filhos, foi a sensação dos Jogos de 1948. Aos trinta anos, a holandesa Fanny Blankers-Koen, provou nas pistas de atletismo que não poderia existir conflito entre a maternidade, papel exclusivo imposto às mulheres durante séculos, e o bom desempenho no esporte. Da aparência de camponesa, com feições típicas de sua terra natal, explodiu um fenômeno. Fanny desbancou concorrentes e conquistou quatro medalhas de ouro. Venceu nos 10 e nos 200 metros rasos, nos 80 metros com barreiras e no revezamento 4x100. Ela abrira as portas para a irrevogável força feminina.

Uma adolescente franzina com rosto de criança, criou um problema para os árbitros das provas de ginástica artística nos Jogos de Montreal em 1976. Ela acabara de se apresentar nas barras assimétricas. Espantados com a exibição, o público acompanhava o olhar ansioso da atleta para o placar eletrônico. Todos pressentiam Ter vivido um momento especial. O painel não ia além de 9,99. Foi preciso que um dos árbitros exibisse a nota manuscrita num cartaz: 10. A inédita nota máxima da história olímpica seria apenas a primeira da competição para a romena Nadia Comanect, um fenômeno de quatorze anos que encantou o mundo com movimentos elegantes em corpo de menina. Disputou cinco Olimpíadas e encerrou sua carreira aos dezoito anos de idade nas Olimpíadas de Moscou em 1980. Nadia conquistou cinco medalhas de ouro. Três de prata e uma de bronze.

A brasileira Maria Lenk foi a primeira mulher da América do Sul a participar de Jogos Olímpicos. O nome da paulistana Maria Emma Hulda Lenk Zigler, filha de alemães que imigraram para o Brasil em 1912, está definitivamente colada na história na natação olímpica. Participou dos Jogos de 1932, em Los Angeles e 1936 em Berlim.

Nunca ganhou uma medalha olímpica, mas é considerada a pioneira da natação moderna. É a responsável pela introdução do nado borboleta. Em Berlim, Maria lenk, ousou ao adotar o estilo numa competição de peito. Foi eliminada nos cem metros livre e de costa e não passou da semi final dos duzentos metros peito, mas seu exemplo perpetuou-se nos Jogos seguintes.

Nos Jogos de 1932, ela e outros 68 atletas custearam a viagem para disputar as Olimpíadas de Los Angeles vendendo o café que levaram no porão do navio. A fama da brasileira cresceu em 1942 quando realizou uma excursão a vinte cidades dos Estados Unidos. O grupo era formado por seis homens e uma mulher, Maria Lenk.

A fundista americana Mary Decker chegou às Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, aos 25 anos de idade como favorita na prova dos três mil metros. O sonho da medalha de ouro desmoronou na metade da corrida. Ela já havia cumprido quatro das sete voltas e meia do circuito quando tropeçou no pé direito da sul africana Zola Budd, uma jovem de 17 anos que corria descalça pouco a frente. Na segunda tentativa de ultrapassagem, Mary novamente esbarrou em Zola, que desequilibrada, levantou uma perna e a atingiu. A americana caiu enquanto Zola prosseguia, com um corte no pé e sangrando muito. No chão, Mary contorcia-se em dores, e assistia, sem ação, à passagem das demais competidoras. Seu rosto expressava o sofrimento pela distensão muscular e a humilhação da derrota. Zola tornou-se a vilã da tragédia. Como a África do Sul estava banida das competições olímpicas em virtude da política racista, ela corria como cidadã britânica, seu avô era inglês. Desde que pisou no estádio, Zola foi hostilizada pela torcida. Ao terminar a prova, procurou Mary para se desculpar. Ela não aceitou. O caso foi analisado por uma comissão, e Zola foi absolvida.

O primeiro atleta a ganhar duas maratonas consecutivas na história das Olimpíadas foi o etíope Abebe Bikila. Em 1960 virou lenda ao cruzar o Arco de Constantino, em Roma, descalço. Sem tênis, com a sola dos pés ferida, estabeleceu o recorde mundial da maratona com o tempo de 2 horas 15 minutos e 16 segundos. Quatro anos depois, nos Jogos de Tóquio, repetiu a façanha, dessa vez calçado. Filho de agricultores, começou a correr aos 24 anos de idade no campeonato nacional das Forças Armadas da Etiópia. Sua vitória nos Jogos de Roma, o transformaram, para sempre, no símbolo da persistência olímpica. Em 1968, sofreu um acidente de carro e ficou paralisado da cintura para baixo. Bikila morreu em 1973 de hemorragia cerebral.

Na saga dos Jogos Olímpicos, houve atletas que se tornaram heróis por driblar as armadilhas políticas. É o caso do levantador de peso búlgaro Naim Suleymanoglu. Ele dominou o esporte nos anos 80 e 90. Em 1983, aos 16 anos de idade, sagrou-se o mais jovem recordista mundial da história, com 160 quilos de arranque. Ficou impossibilitado de disputar os Jogos de Los Angeles, em 1984, por causa do boicote liderado pela União Soviética e seguido pela Bulgária e outros países do Leste Europeu. Em 1986, Naim naturalizou-se turco, para que pudesse competir em Seul. A Turquia pagou um milhão de dólares à Bulgária. Era o único meio de escapar das regras do Comitê Olímpico Internacional. Elas impediam os atletas com nova nacionalidade de inscrever-se em competições oficiais por outra bandeira antes de três anos sabáticos. Naim ganhou a medalha de ouro, a primeira para Turquia, no levantamento de peso. Também ganhou ouro em Barcelona na categoria de 60 quilos e Atlanta na categoria de 64 quilos.

João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, morreu sem pendurar a medalha de ouro olímpica no peito. Em 1975, na altitude da Cidade do México, durante os jogos pan-americanos, João do Pulo fez história no salto triplo. Cravou 17,89 metros, recorde mundial que somente seria quebrado dez anos depois. O medidor eletrônico no México chegava apenas a 17,50 metros. Surpresos com o desempenho do brasileiro, os juízes de linha foram obrigados a improvisar uma trena. Transformado em lenda viva, o atleta disputou as Olimpíadas de Montreal, em 1976, como favorito. Conseguiu a medalha de bronze. Em Moscou, em 1960, também conquistou o terceiro lugar, sob suspeita de lhe terem subtraído alguns centímetros em favor de um atleta soviético. Em 1981, João do Pulo, amputou a perna direita depois de um acidente de carro. Sua vida entrou em declínio. Elegeu-se deputado estadual em São Paulo por duas legislaturas, mas acabou esquecido. Longe do pódio, entregou-se a bebida e morreu de cirrose hepática em 1999, aos 45 anos de idade.

Os Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, ficarão marcados para sempre pela imagem de uma derrota. Quem esteve no Coliseu ou acompanhou a maratona feminina pela televisão, não esquecerá a imagem da suíça
Gabrielle Andersen-Schiess, que entrava no estádio completamente desfigurada pelo esforço. A maratonista, uma instrutora de esqui de 39 anos de idade, mal conseguia equilibrar o corpo. O andar era trôpego e arrastado. O rosto estava completamente transfigurado. Vinte e três minutos antes, a vencedora da prova, a americana Joan Benoit, havia cruzado a linha de chegada. Mas os olhos do publico estavam voltados para Gabrille. Os organizadores queriam que ele desistisse e recebesse ajuda médica, mas ela não acertou. Ao completar a volta olímpica, foi aplaudida de pé pelo público. Só então, recebeu o atendimento. Hoje, os atletas já podem ser socorridos durante a competição sem o risco de ser desclassificado.

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O tcheco Emil Zatopeck, um dos maiores fundistas de todos os tempos, dificilmente será igualado. Nas Olimpíadas de Helsinque, em 1952, aos 30 anos de idade, venceu os 5.000 metros, os 10.000 metros e a Maratona. Correu 62,2 quilômetros em oito dias e estabeleceu três recordes olímpicos. Nas Olimpíadas de 1948, em Londres, ela já ganhara a prova dos 10.000 metros e ficara com a medalha de prata nos 5.000 metros. Entre 1948 e 1954, disputou 38 vezes a prova de 10.000 metros e venceu todas. Zatopeck treinava duro. Acordava diariamente às seis horas da manhã, fazia ginástica e corria de 15 a 40 quilômetros. A locomotiva humana, como ficou conhecido, era casa Dom Dana, uma atleta também campeã. Em 1952, ela foi medalha de ouro na prova de lançamento de dardo.

O americano Greg Louganis, mestre incontestável dos saltos ornamentais, era um mito quando subiu no trampolim da piscina olímpica de Seul, em 1988. Concentrou-se, deu dois pequenos pulos e arremessou o corpo ao alto rumo à água clorada. Bateu a cabeça na borda da plataforma de metal e o sangue tingiu o azul. Louganis ainda conseguiu sair sozinho da piscina. Levou quatro pontos. Anos depois, soube-se que já naquele tempo era portador de vírus da AIDS. A tragédia de Louganis é o ícone dos momentos infelizes que marcam as Olimpíadas com a mesma força dos recordes.

A americana Wilma Rudolf aprendeu a andar aos sete anos de idade, graças a aparelhos ortopédicos. Filha de uma família extremamente pobre do Tennessee, no Estados Unidos, conseguiu superar a poliomielite a iniciar uma promissora carreira esportiva. Foi a primeira americana a ganhar três medalhas de ouro na história olímpica, nos cem e duzentos metros nos Jogos de Roma em 1960. Aos vinte anos de idade tornou-se a mulher mais veloz do mundo.

Johnny Weissmuller, reconhecido por todos como o melhor Tarzan do cinema, escreveu seu nome na história esportiva como o primeiro homem a nadar os cem metros em menos de um minuto. Participou de duas Olimpíadas. Nos Jogos de Paris em 1924 e Amsterdã em 1928. Abandonou as piscinas com cinco medalhas de ouro. Só não continuou em sua carreira vitoriosa porque aceitou um convite para posar para uma campanha publicitária de roupas de banho, antes dos jogos de 1932. Com isso, perdeu a condição de atleta amador, rigorosa exigência dos dirigentes olímpicos daquele tempo. Logo depois estava no cinema com o personagem Tarzan, criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs.

Adhemar Ferreira da Silva ganhou duas medalhas de ouro no salto triplo nos Jogos Olímpicos de 1952 em Helsinque e 1956 em Melbourne. O salto mais espetacular aconteceu em 1952. Numa tarde inesquecível, ele quebrou o recorde mundial por quatro vezes. Ao desembarcar em Helsinque, Adhemar levava na bagagem a marca de 16,0 metros, estabelecida um ano antes. Ao dar seu último salto, esticou-o para 16,22 metros. Três anos depois, saltaria 16,56 metros. O filho de um ferroviário e uma lavadeira, nascido em 1927, escrevia definitivamente seu nome na história do esporte olímpico. Os especialistas o consideram o maior fenômeno da história do salto triplo.

Os primeiros Jogos da Era Moderna, disputados em 1896, em Atenas, tiveram como principal patrocinador o milionário grego Georgios Averoff. Ele desembolsou e doou 920 mil dracmas para os organizadores da competição. Outras 400 mil dracmas foram coletadas entre cidadãos gregos espalhados pelo mundo, que contribuíram civicamente para levar as Olimpíadas de volta ao pais.

Hoje, o espetáculo olímpico é bancado por um grande consórcio que envolve governos e um pool de patrocinadores. Os Jogos Olímpicos de Sydney, por exemplo, teve orçamento de US$ 2,3 bilhões , dos quais, US$ 828 milhões de patrocinadores e US$ 954 milhões de direitos de transmissão por rede de televisão. O restante foi proporcionado com vendas de ingressos e de produtos com marcas do torneio.

Paavo Nurmi, o finlandês voador, conquistou nove medalhas de ouro em três Olimpíadas. A vitoriosa carreira do fundista foi abruptamente interrompida em 1932, ao ser impedido de disputar a maratona nos Jogos de Los Angeles. Ele foi acusado pela Federação Internacional de Atletismo de participar de competições por dinheiro. Nurmi foi suspenso. Ele nasceu em 1897, estreou nas Olimpíadas de 1920 na Antuérpia, Especialista nos 1.500 metros, 5.000 metros, 10.000 metros e 8.000 metros cross-country, Nurmi ganhou praticamente todas as provas que disputou até 1928, nos Jogos de Amsterdã. Com a fama de mal humorado, morreu em 1973.

O uso de drogas para melhorar a performance dos atletas olímpicos não é novidade. Os vencedores da maratona dos Jogos de 1904, o americano Thomas Hicks, tomou inúmeras doses de estricnina e conhaque durante os 42 quilômetros da corrida. Às vésperas da prova de 100 metros das Olimpíadas de 1920, o treinador da delegação dos Estados Unidos ofereceu a seus atletas uma mistura de xerez com gemas de ovos. Em 1960, o ciclista dinamarquês Hnut Jensem morreu numa das disputas em Roma, como conseqüência da ingestão maciça de anfetaminas. Era o fim dos tempos romântico em que se tratava o doping com a mesma benevolência destinada aos escritores que mergulhavam em absinto nos loucos anos 20 de Paris.

Apenas em 1967, porém, a Comissão Médica do Comitê Olímpico Internacional listou as drogas proibidas. O primeiro histórico caso de desclassificação por doping flagrou o sueco Hans-Gunnar Liljenwall, expulso do pentatlo por consumo de álcool. Os resultados promovidos artificialmente por químicos começavam , ali, a ser punidos com rigor. Mas nem a ameaça de banimento do esporte assustou o canadense Bem Johnson. Em 1988, ele venceu os 100 metros de Seul impulsionado por esferóides anabolizantes, e se tornou o símbolo da charlatanice nas pistas.

As drogas proibidas. Ação e reação. Como as drogas agem no organismo, seus efeitos colaterais e os esportes em que são mais usadas.

EFEDRINA –
O que é: Alcalóide isolado pela primeira vez na China em 1885. Usado por asmáticos.
Como age: estimulante que atua nos sistemas nervoso e cardiovascular. Auxiliar de perda de peso e no aumento de energia. Reduz a fadiga.
Efeitos colaterais: paranóia psicótica, hipertensão, taquicardia e depressão.
Esportes: basquetebol, ciclismo, futebol e voleibol.

TESTOSTTERONA –
O que é: hormônio sexual masculino.
Como age: aumenta a massa muscular, a explosão e a agressividade.
Efeitos colaterais: nos homens, leva à esterilidade. nas mulheres, causa aumento de pêlos no rosto e irregularidade no fluxo menstrual.
Esportes: Atletismo, natação. Basquetebol, levantamento de peso.

NANDROLONA –
O que é: um tipo de esferóide anabolizante.
Como age: proporciona o desenvolvimento da massa muscular e o aumento de força.
Efeitos colaterais: nos homens, provoca crescimento das glândulas mamarias. nas mulheres , aumento de pêlos e problemas de ovulação.
Esportes: atletismo, natação, basquetebol, levantamento de peso.

ESTANOZOLOL –
O que é: esferóide anabolizante sintético.
Como age: é utilizado para desenvolver a musculatura.
Efeitos colaterais: nos homens, provoca hipertrofia da próstata. Em ambos os sexos, causa arteriosclerose, disfunção hepática e redução da libido.
Esportes: Atletismo, natação, basquetebol, levantamento de peso.

FUROSEMIDA –

O que é: diurético.
Como age: é usado para perda de peso. Serve para mascarar o doping.
Efeitos colaterais: desidratação, cólicas, náusea e dor de cabeça.
Esportes: boxe, judô, levantamento de peso.

Os pesquisadores do Instituto Australiano do Esporte e do Laboratório Australiano de Teste de Drogas, acreditam estar muito próximos de desmascarar os atletas que usam o hormônio eritropoietina em sua forma sintética para ganhar resistência. A droga aumenta de 5% a 10% o desempenho do atleta, multiplicando os glóbulos vermelhos, que transportam o oxigênio para os músculos cansados. Os exames anteriores não eram capazes de distinguir a presença da eritropoietina no organismo. A partir das Olimpíadas de Sydney, as novas modalidades de detecção permitiram saber se o atleta usou a droga até quatro semanas antes da competição.

 

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