Na época atual, a preparação física dos cães tornou-se um
tema de destaque, assim como a associação de treinos de proprietários e cães
para a manutenção da saúde de ambos.
Quando os sistemas do organismo são forçados pelo trabalho
físico, o corpo responde a fim de aumentar a capacidade para reduzir o esforço
(resposta de treinamento).
Alguns componentes do corpo melhoram o desempenho mais
rapidamente do que outros. Os mais lentos são as estruturas dos sistemas
cardiovascular e esqueléticos (músculos). Os músculos expostos a esforços
freqüentes e prolongados aumentam um número significativo de capilares por mm.
Após alguns meses, atingem 100% de eficácia (o que permanece com a manutenção
adequada).
O coração também aumenta em tamanho e os ossos se
reorganizam, assim como os tendões e ligamentos se reforçam. Em geral, o
período para se notar uma melhora vai de 2 a 6 meses. Já a massa muscular
responde mais rapidamente.
Manejo de Treinamento
Os cães, desde que possam se mover, devem ser encorajados a brincar e
a se exercitar, respeitando-se os limites relativos à sua maturidade.
No início, quando mais exercício livre, respeitando o sono, a
alimentação, etc... tanto melhor, pois beneficia o sistema de transporte de
oxigênio (principalmente o enzimático). O criador e posteriormente o
proprietário, deve encorajar os filhotes sozinhos ou em grupo, conforme a raça
e o temperamento, evitando sempre que as brincadeiras transformem-se em
brigas.
Já na fase de adestramento, a partir dos 4 a 6 meses,
iniciamos com uma caminhada de 2 a 4 km, conforme a condição do cão e do
treinador, 2 a 3 vezes na primeira semana.
A distância e a velocidade da caminhada podem ser aumentadas
a cada semana, até um limite a ser considerado, conforme o objetivo.
A partir de 6 ou 7 meses, os incrementos de esforço
(velocidade e distância) devem ser apenas quinzenais. Na necessidade ou na
proximidade de competições, esses aumentos e cargas podem ser até diários.
Quanto a esta freqüência, existe muitos aspectos a abordar,
mas de maneira geral, o treino deve ser feito mais do que uma vez por semana,
por que menos do que isso se resulta infrutífero.
Variação de treinos
Há outras formas de treinamento como natação, esteira
(semelhante à caminhada, porém muito mais monótona para o cão), brincadeiras
livres (bolas, iscas etc) ou no caso do Agility, onde o próprio exercício pode
ser o treinamento.
Existem muitas teorias em relação à rigidez ou flexibilidade
do ritmo de treinamento, mas em minha opinião, neste caso temos que respeitar
a individualidade do cão, sob pena de termos um animal apático e
desinteressado.
O programa de treinamento deve ser desenvolvido EM CONJUNTO
pelo veterinário, treinador e proprietário, com o objetivo de conseguir o
melhor desempenho do cão sem afetar sua saúde.
Monitorando resultados
Para um bom controle dos benefícios de treinamento,
devemos monitorar ganho/perda de peso, interesse pelo alimento, hidratação e
uma medida da musculatura das coxas também pode ser útil (essa medida deve ser
feita com uma fita métrica).
Quanto à dieta, é claro que deve ser a melhor possível. O
aporte protéico para cães em treinamento severo, chegou a 53% em cães de
trenó, sem qualquer sinal de danos hepáticos ou renais. Os carboidratos (não
vamos aqui discutir nutrição!) tem importância reduzida já que o cão tem
capacidade de convertê-los a partir de várias fontes. O mesmo se observa com
relação às gorduras.
Já a suplementação de perdas de sais na dieta parece revelar
poucos efeitos positivos, mas realmente, os estudos com relação a este tema
são muito poucos.
Cuidados essenciais
Gostaria ainda de citar os danos causados pela exaustão, pelo
excesso de impacto sobre as articulações, pelos ´achismos´
desencontrados e uso de anabolizantes.
Claro é que, submeter um cão ainda não totalmente formado ao
estresse do treinamento físico ou, pior ainda, fazer longas "férias!
entre os períodos de treinamento, parecem atitudes no mínimo impensadas. O
dano causado sobre as extremidades de ossos longos, ligamentos e cápsulas
articulares pelo uso de técnicas de alto impacto, determina até o abandono do
animal para fins de esporte.
Por último, vale ressaltar o volume excepcional de efeitos
colaterais pelo uso de esferóides anabolizantes e das fórmulas "geniais"
de suplementos absolutamente não testados cientificamente e que transformam
cães de futuros atletas de sucesso a " ferro velho" sem
futuro.
Regras de Ouro
1. O exercício deve ser, antes de mais nada, uma atividade prazerosa para o cão e não um tormento. 2. Não force seu filhote a uma
carga de exercício muito alta. Um filhote, especialmente de raças grandes, só
atinge seu ápice em termos de massa muscular e ossatura após 24 meses. 3.
Não utilize nenhum suplemento ou vitamina sem consultar seu veterinário. 4.
Na prática de natação, a primeira coisa que ele deve aprender é como sair da
piscina. 5. Nunca deixe seu cão sozinho na piscina, uma vez que ele pode
afogar-se pela exaustão de ficar nadando para se manter na superfície. 6.
As caminhadas mais severas nas raças grandes também podem ser feitas com
bicicleta ou moto, mas sempre respeitando o ritmo do cachorro. 7. Nunca
faça exercícios com o seu cão nas horas mais quentes do dia. Prefira o começo
da manhã ou o final da tarde.
Dr. Mauro Anselmo Alves, Médico
veterinário e criador de Cocker Spaniel Inglês
Na época atual, a preparação física dos cães tornou-se um
tema de destaque, assim como a associação de treinos de proprietários e cães
para a manutenção da saúde de ambos.
Quando os sistemas do organismo são forçados pelo trabalho
físico, o corpo responde a fim de aumentar a capacidade para reduzir o esforço
(resposta de treinamento).
Alguns componentes do corpo melhoram o desempenho mais
rapidamente do que outros. Os mais lentos são as estruturas dos sistemas
cardiovascular e esqueléticos (músculos). Os músculos expostos a esforços
freqüentes e prolongados aumentam um número significativo de capilares por mm.
Após alguns meses, atingem 100% de eficácia (o que permanece com a manutenção
adequada).
O coração também aumenta em tamanho e os ossos se
reorganizam, assim como os tendões e ligamentos se reforçam. Em geral, o
período para se notar uma melhora vai de 2 a 6 meses. Já a massa muscular
responde mais rapidamente.
Manejo de Treinamento
Os cães, desde que possam se mover, devem ser encorajados a brincar e
a se exercitar, respeitando-se os limites relativos à sua maturidade.
No início, quando mais exercício livre, respeitando o sono, a
alimentação, etc... tanto melhor, pois beneficia o sistema de transporte de
oxigênio (principalmente o enzimático). O criador e posteriormente o
proprietário, deve encorajar os filhotes sozinhos ou em grupo, conforme a raça
e o temperamento, evitando sempre que as brincadeiras transformem-se em
brigas.
Já na fase de adestramento, a partir dos 4 a 6 meses,
iniciamos com uma caminhada de 2 a 4 km, conforme a condição do cão e do
treinador, 2 a 3 vezes na primeira semana.
A distância e a velocidade da caminhada podem ser aumentadas
a cada semana, até um limite a ser considerado, conforme o objetivo.
A partir de 6 ou 7 meses, os incrementos de esforço
(velocidade e distância) devem ser apenas quinzenais. Na necessidade ou na
proximidade de competições, esses aumentos e cargas podem ser até diários.
Quanto a esta freqüência, existe muitos aspectos a abordar,
mas de maneira geral, o treino deve ser feito mais do que uma vez por semana,
por que menos do que isso se resulta infrutífero.
Variação de treinos
Há outras formas de treinamento como natação, esteira
(semelhante à caminhada, porém muito mais monótona para o cão), brincadeiras
livres (bolas, iscas etc.) ou no caso do Agility, onde o próprio exercício pode
ser o treinamento.
Existem muitas teorias em relação à rigidez ou flexibilidade
do ritmo de treinamento, mas em minha opinião, neste caso temos que respeitar
a individualidade do cão, sob pena de termos um animal apático e
desinteressado.
O programa de treinamento deve ser desenvolvido EM CONJUNTO
pelo veterinário, treinador e proprietário, com o objetivo de conseguir o
melhor desempenho do cão sem afetar sua saúde.
Monitorando resultados
Para um bom controle dos benefícios de treinamento,
devemos monitorar ganho/perda de peso, interesse pelo alimento, hidratação e
uma medida da musculatura das coxas também pode ser útil (essa medida deve ser
feita com uma fita métrica).
Quanto à dieta, é claro que deve ser a melhor possível. O
aporte protéico para cães em treinamento severo, chegou a 53% em cães de
trenó, sem qualquer sinal de danos hepáticos ou renais. Os carboidratos (não
vamos aqui discutir nutrição!) tem importância reduzida já que o cão tem
capacidade de convertê-los a partir de várias fontes. O mesmo se observa com
relação às gorduras.
Já a suplementação de perdas de sais na dieta parece revelar
poucos efeitos positivos, mas realmente, os estudos com relação a este tema
são muito poucos.
Cuidados essenciais
Gostaria ainda de citar os danos causados pela exaustão, pelo
excesso de impacto sobre as articulações, pelos ´achismos´
desencontrados e uso de anabolizantes.
Claro é que, submeter um cão ainda não totalmente formado ao
estresse do treinamento físico ou, pior ainda, fazer longas "férias!
entre os períodos de treinamento, parecem atitudes no mínimo impensadas. O
dano causado sobre as extremidades de ossos longos, ligamentos e cápsulas
articulares pelo uso de técnicas de alto impacto, determina até o abandono do
animal para fins de esporte.
Por último, vale ressaltar o volume excepcional de efeitos
colaterais pelo uso de esferóides anabolizantes e das fórmulas "geniais"
de suplementos absolutamente não testados cientificamente e que transformam
cães de futuros atletas de sucesso a " ferro velho" sem
futuro.
Regras de Ouro
1. O exercício deve ser, antes de mais nada, uma atividade prazerosa para o cão e não um tormento. 2. Não force seu filhote a uma
carga de exercício muito alta. Um filhote, especialmente de raças grandes, só
atinge seu ápice em termos de massa muscular e ossatura após 24 meses. 3.
Não utilize nenhum suplemento ou vitamina sem consultar seu veterinário. 4.
Na prática de natação, a primeira coisa que ele deve aprender é como sair da
piscina. 5. Nunca deixe seu cão sozinho na piscina, uma vez que ele pode
afogar-se pela exaustão de ficar nadando para se manter na superfície. 6.
As caminhadas mais severas nas raças grandes também podem ser feitas com
bicicleta ou moto, mas sempre respeitando o ritmo do cachorro. 7. Nunca
faça exercícios com o seu cão nas horas mais quentes do dia. Prefira o começo
da manhã ou o final da tarde.
Dr. Mauro Anselmo Alves, Médico
veterinário e criador de Cocker Spaniel Inglês
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