É provável que o São Bernardo tenha se originado do
cruzamento de cães nativos existentes na região da Suíça (antiga
Helvetia) com raças pesadas de Molossos Asiáticos, trazidos pelo
exército Romano durante os dois primeiros séculos D.C, na época da
Invasão Romana. Nos anos seguintes, esses cães eram amplamente
usados em fazendas, tanto nos vales como nos Alpes, como cães de
guarda, pastores e de tração.
Em torno de 1050 o Arquidiácono
Bernard de Menthon fundou um famoso abrigo nos Alpes Suíços,
destinado a servir de refúgio a viajantes que atravessavam a
traiçoeira Passagem de São Bernardo entre a Suíça e a Itália. Nesses abrigos esses cães ficaram famosos por seus trabalhos em
resgates, como vigias do abrigo e também como companheiros dos
monges durante os meses de inverno rigoroso, quando o abrigo ficava
quase totalmente isolado. Esse isolamento resultou num inbreeding
(acasalamento consangüíneo) que originou a distinta linguagem dos
cães do abrigo. Foi durante as solitárias viagens de caridade que
os monges faziam acompanhados por seus cães que se descobriu que
esses animais, com seu faro ímpar, encontravam pessoas perdidas na
neve, devido a avalanches e tempestades. Estima-se que eles tenham
salvo mais de 2000 vidas humanas durante os três séculos em que os
São Bernardos foram usados em resgates no Abrigo. O instinto
natural e o treinamento dos monges faziam com que esses cães ao
encontrar sobreviventes se deitassem sobre eles para aquecer seus
corpos e lambessem suas faces para restaurar a consciência. No mesmo
instante um dos membros da matilha se deslocava para o abrigo, para
dar o alarme e guiar o pessoal de resgate para o local.
Em torno
de 1800 "Barry" (talvez o mais famoso cão de resgate que viveu no
abrigo), foi celebrizado por ter salvo 41 vidas em sua existência.
Uma imagem do cão foi montada e hoje é preservada no Museu de
História Natural de Berna. Em algumas partes da Suíça, a raça era
chamada de "Barryhund" em sua homenagem. Em torno de 1830, devido
à consangüinidade os cães estavam ficando mais fracos e eram um
pouco pequenos, por isso o cruzamento com cães Terranova que eram
maiores e possuíam o mesmo instinto de resgate que os São Bernardos
foi a opção encontrada. Desse cruzamento, que não afetou o tipo nem
as características do São Bernardo, surgiu a variedade de pêlo
longo. Em 1887 em Zurich o Padrão Internacional para a raça, foi
desenvolvido.
A única coisa que difere as duas variedades é a
pelagem, que no Pêlo Curto é dupla, densa, com pêlo liso, macio e
resistente. Coxas moderadamente revestidas e na raiz da cauda é mais
densa e longa diminuindo em direção a extremidade, sem formar
bandeira. Já no Pêlo Longo a pelagem é moderadamente longa, lisa ou
levemente ondulada, sendo densa na cauda. Membros anteriores
ligeiramente franjados e na coxa é abundante formando culotes.
A cor é branco e vermelho em várias tonalidades ou
com predominância do vermelho sobre o branco. É desejável o colar
totalmente branco.
A aparência geral é de um cão de porte
grande, vigoroso, robusto, musculoso, de cabeça poderosa e expressão
muito inteligente. |