O
Borzoi é conhecido desde a Idade Média na Rússia, onde era
a raça preferida pelos nobres na caça a lobos e em corridas. Nos séculos XV e
XVI cruzamentos com outras raças foram feitos com o objetivo de aumentar o
tamanho e a pelagem, melhorando o desempenho nas caçadas em clima
frio.
A crônica francesa do século XI
testemunha que três Borzóis seguiram a filha do Grande Duque de Kiew, Anna
Iaroslavna, quando ela chegou à França, para se casar com Henrique I. Entre os
proprietários e os criadores, havia muitas pessoas célebres, incluindo os Tzars
e os poetas: Ivan "O Terrível", Pedro "O Grande", Nicolas II, Pouchkine, Tourgueniew.
No início do século XIX havia sete variações distintas de Borzoi na
Rússia. A que mais se assemelhava ao padrão atual da raça era o Perchino, criada
pelo grão-duque Nicolai Nicolayevitch. Naquela época, o czar russo tinha como
costume presentear seus visitantes com exemplares de Borzoi. Durante a Revolução
Russa, muitos Borzois foram mortos porque eram intrinsecamente relacionados com
a nobreza e a aristocracia.
Os exemplares remanescentes
conseguiram propagar a raça, e, levado para os Estados Unidos, o Borzoi
rapidamente adquiriu o status de cão glamorioso, freqüentemente visto ao lado de
celebridades do cinema.
Seu nome vem da
palavra russa que significa "rápido". Ao contrário da maioria dos cães, que usa
o faro para rastrear, o Borzoi tem na visão seu sentido principal. Esse alto
cão, que quase não sofreu mudanças em 100 anos, é de índole reservada, mas adora
caçar. Na Europa, salvo raras exceções, é considerado como exclusivamente cão de
luxo. Mantido na inatividade mais completa, perdeu as suas qualidades combativas
tradicionais. Foi usado algumas vezes para a caça da raposa e da lebre; mas,
principalmente nestas últimas, demonstrou poucas aptidões; a pequena presa não
corresponde à importante estatura e peculiar constituição do borzói,
desenvolvido para a caça de lobos.
Conhecido também como Russian Wolfhound, foi apresentado pela
primeira vez numa exposição em 1891, na
Inglaterra. No Brasil há vários criadores da raça, mesmo que ela não seja muito
popular aqui assim como em outros países da Europa.
Personalidade
Pode-se dizer que a personalidade do
Borzoi combina bem com sua origem aristocrática. É um cão de uma elegância
singular e de temperamento único. Como a maioria dos cães da família dos
sighthounds (que inclui os Afghans, Salukis e Whippets), é um cão inteligente,
independente e sensível, que combina qualidades dos cães de caça e companhia de
maneira peculiar. São muito
discretos com pessoas estranhas e não são do tipo ´festeiro´ nem com as pessoas
da família, apesar de, ao seu modo, serem extremamente amorosos com seus
donos.
Sua independência não a indica para uma
casa em que tenha que conviver com crianças, uma vez que pode se incomodar com
suas brincadeiras. Se forem criados desde cedo em contato com crianças, o
convívio pode ser melhor, no entanto, e até em função de seu tamanho (machos com
no mínimo 70cm de altura) o contato deve ser sempre supervisionado por um adulto.
O Borzoi pode conviver bastante bem com outros cães e até mesmo com animais de outras
espécies. O importante é que tenha sido acostumado desde cedo com eles para
evitar problemas com o instinto caçador do Borzoi.
A paixão natural de um Borzoi por uma boa corrida faz
com que não seja recomendado andar com um exemplar sem coleira. São cães
bastante ativos e que necessitam de espaço para serem exercitados e
desenvolverem a musculatura adequada para a raça.
Na escala de inteligência elaborada por
Stanley Coren, em seu livro A Inteligência dos
Cães o Borzoi está na 75ª posição. Mas se o objetivo for um cão obediente no sentido ´tradicional´, um cão
que vá seguir todas as suas ordens, o Borzoi, assim como as demais raças deste
grupo, não são os mais indicados.
Nos Estados Unidos são freqüentemente vistos
participando de competições de velocidade e agilidade, onde obtém excelentes resultados.
Os Filhotes
O Borzoi quando filhote é considerado um cão muito
ativo e dinâmico, podendo vir a apresentar comportamentos destrutivos se não
tiverem como extravasar sua energia. Por isso é fundamental que os filhotes
tenham espaço para exercícios.
O ideal é que os cães sejam sempre exercitados em
ambientes cercado (mais de 1,60m de altura) ou seguro, pois a qualquer momento
ele pode resolver seguir seu instinto de caça e corrida e você pode acabar
ficando sem o seu companheiro.
São cães sensíveis e de excelente memória, por isso
as repreensões devem ser muito bem dosadas. Apesar de fugirem do estereotipo de
cães "obedientes", são capazes de rapidamente compreender o que pode e o que não pode.
Cores e Pelagem
A pelagem do Borzoi é encaracolada e longa. Apesar do aspecto viçoso, a pelagem não requer
cuidados especiais para sua manutenção, mas é fundamental que sejam bem
escovadas com freqüência para que se possa evitar a formação de nós.
Todas as
combinação de cores são aceitas, menos com o azul, o marrom (chocolate) e todos
os derivados dessas cores. Ainda no quesito COR, a pelagem pode ter cores
uniformes ou separadas em manchas sobre o fundo branco. As franjas, os coiotes e
a Cauda em forma de penacho são consideravelmente mais claros do que a cor de
fundo. Para as cores encarvoadas, a máscara preta é típica.
Problemas comuns à raça
O Borzoi está propenso a
apresentar torção gástrica. Esta doença caracteriza-se pela torção do
estômago, causando compressão da circulação na região abdominal. Pode levar à
morte, se o cão não for operado o mais rápido possível.
Outra característica
especialmente grave para todos os cães deste grupo é a sensibilidade a
anestesias, que devem ser muito bem estudadas pelos veterinários que cuidam de
exemplares da raça.
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