A origem do Bernese Mountain Dog (conhecido
também como Berner Sennenhund ou Bernese Cattle Dog) é bastante polêmica, uma
vez que se trata de uma raça bastante antiga. As primeiras teorias davam como
certa que a raça descendia do Dogue do Tibet, que teria sido introduzido na
região durante a invasão romana há 2 mil anos.
No entanto, muitos historiadores e estudos mais
recentes afirmam que não há nenhuma comprovação desta teoria e que a raça seria
originária da própria Suíça, onde estes cães são utilizados há séculos pelos
fazendeiros como auxiliar na condução de seus rebanhos, na guarda e proteção das
propriedades e animais e ainda como animal de tração, sendo responsáveis pelo
transporte dos latões de leite entre as fazendas e as queijarias próximas, o que
lhe valeu o apelido de cão queijeiro. Ainda hoje muitos clubes americanos e
europeus realizam provas em que os Berneses são testados quanto à sua habilidade
de puxar as pequenas carroças (sledding).
O Bernese é a mais conhecida das 4 raças de boiadeiros suíços - as outras três
são o Swiss Mountain Dog, Appenzel Mountain Dog, e o Entlebucher Sennenhund - e
como todas as outras sofreu um forte declínio com a industrialização das
atividades que anteriormente exercia, chegando a correr risco de desaparecer se
não fosse pela dedicação do professor Albert Heim, criador de Terranovas e que
se interessou pelos Berneses no início do século 20.
O primeiro clube da raça surgiu em 1907, e era
chamado de Clube Suíço do Cão de Dürrbäch. O principal objetivo do clube foi
promover encontros entre os criadores procurando homogeneizar o plantel e assim
melhorar a qualidade e resistência dos cães. Na década de 40 a introdução de
acasalamentos de Berneses com Terranovas, aumentou o tamanho dos exemplares e
suavizou seu temperamento. Este processo culminou com a criação do padrão
oficial da raça, publicado pela primeira vez em 1973.
Personalidade
Os Berneses originalmente eram cães de trabalho, encarregados
de inúmeras funções na vida cotidiana das fazendas. Eram ainda muito apreciados
por suas qualidades como cão de guarda, uma vez que a raça apresenta forte senso
de território e um comportamento reservado com estranhos.
Nos dias atuais a grande maioria dos Berneses é utilizada
apenas como cão de companhia, função para a qual tem todas as qualidades
necessárias, principalmente o fato de serem extremamente apegado aos membros da
família, aos quais seguirá por onde quer que precisem ir.
Sua orientação às pessoas é tamanha que são utilizados em seu
país natal como cães de salvamento.
Mesmo sendo cães de grande porte, não se acostumam facilmente
com a vida de ‘cão de quintal’ e que também não suportam bem longos períodos de
solidão. Precisam de muito contato humano e seu comportamento calmo e
tranqüilo,
aliado ao fato que raramente latem à toa, facilitam sua convivência como membros
da família.
Para que possam desenvolver-se bem, tanto física quanto
intelectualmente, precisam de espaço para poder exercitarem-se apesar de não
serem do tipo que ficam em constante atividade. Para a manutenção de sua boa
forma, caminhadas moderadas são altamente recomendadas.
Até por sua utilização inicial como cães de pastoreio, quando
aprenderam a não caçar os animais da fazenda, normalmente têm bom relacionamento
com outros cães e animais. Por esta característica também não são eficientes
como cão de caça e nem mesmo como retrievers.
Com crianças são especialmente pacientes e delicados.
Aguentando bem as brincadeiras mais estabanadas.
No ranking de inteligência de Stanley Coren, publicado em seu livro "A Inteligência dos
Cães", os berneses aparecem na 22ª posição.
O Filhote
O filhote, assim como o adulto, requer supervisão e interação
constante com os donos para que possa realmente conviver no ambiente familiar.
Por isso, o dono deve estabelecer desde cedo limites claros para o cão. Por se
tratar de um cão extremamente orientado para as pessoas da família, normalmente
os melhores resultados de adestramento serão obtidos com a participação de toda
a família. A raça é considerada tardia em termos de amadurecimento emocional e
por isso o processo de educação pode e deve ser realizado durante um período
mais longo.
Como as escovações farão parte de seu cotidiano, o filhote deve
ser acostumado ao ritual de limpeza e manutenção desde cedo.
Pelo e Pelagem
A cor dominante do Bernese é o preto, que deve ser intenso, com
as marcações em castanho bem definidas na face, por cima dos olhos, nas patas e
no peito. O peito do Bernese necessariamente deve ser branco, e esta mancha deve
ser, preferencialmente em forma de cruz. As patas podem ter pelagem branca desde
que não ultrapasse o início das pernas.
O pelo do Bernese é fino e comprido e para que seja sempre
saudável, escovações são fundamentais, bem como uma alimentação equilibrada e
balanceada.
Problemas comuns à raça
Apesar de seu aspecto robusto e saudável, a
raça apresenta predisposição a alguns problemas genéticos, o que aumenta em
muito a importância de se adquirir um cão de um criador consciente e que tenha
programas sérios de acasalamento e de reprodução.
Os principais problemas da raça são:
- displasia coxo-femural – má formação no encaixa da cabeça do fêmur com a bacia
- câncer – segundo estudos do Bernese Mountain Dog Club of America, cerca de 9,7% dos exemplares americanos desenvolve algum tipo de câncer.
- Atrofia Progressiva da Retina – pode levar o cão à cegueira
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