Os
cães aprendem através de experiências, agradáveis e desagradáveis,
vantajosas, ou desvantajosas. Aprendem, principalmente, pela memória. O cão
tentará evitar experiências que interprete como desvantajosas à ele e irá
repetir situações que o levaram a ter experiências agradáveis, as que
interpreta como vantajosas à ele.
Por exemplo, se você guarda os biscoitos caninos no armário da cozinha, não
importa em que lugar da casa esteja o seu cão, toda a vez que você abrir o armário
lá está o Rex, vindo do nada. Ele interpreta como sendo de sua vantagem vir,
assim que ouvir a porta do armário, pois sempre há a possibilidade de ganhar
um biscoito.
Se por outro lado, você guarda o remédio que seu cão não gosta de tomar
neste mesmo armário, é só abrir a porta que você não vai mais encontrar nem
a sombra do Rex por perto.
Treinar um cão é simplesmente ensinar-lhe qual comportamento é vantajoso à
ele e qual não é. O objetivo do adestramento é desenvolver a habilidade de se
comunicar com o seu cão de forma a resultar em um relacionamento prazeiroso
para ambos.
TREINAMENTO
INDUTIVO:
elicia
uma resposta voluntária do cão, obtida através de encorajamento, postura do
corpo, elogios e petiscos, todos estímulos agradáveis ao cão, sendo que os
mais gratificantes costumam ser os petiscos. Através da experiência o cão
aprenderá que lhe é vantajoso realizar o que lhe foi solicitado.
Por exemplo, para treinar um cão à atender o chamado do dono, recompense-o com
um petisco toda a vez que atender ao comando AQUI.
TREINAMENTO
COMPULSIVO:
Pode-se definir compulsão como o ato de forçar alguém
a fazer alguma coisa mesmo que não veja nenhum sentido racional em realizar tal
ato.
Uma compulsão leve, como por exemplo, fazer o cão sentar-se empurrando a
garupa para baixo, não precisa ser desagradável. Mesmo que ele não entenda
porque está sendo obrigado a se sentar está sendo compelido à isso.
Uma compulsão forte, como por exemplo, um forte tranco no enforcador para que o
cão permaneça na posição JUNTO, é muito desagradável. O cão não entende
o motivo da compulsão, mas aprende rapidamente o que precisa fazer para evitá-la.
A compulsão, que também poderá ser chamada de ESTÍMULO NEGATIVO pode ser
usada para treinar um cão à fazer alguma coisa que não faria por si só, e
para ensiná-lo a evitar uma coisa que faria por si só, mas que é indesejável.
Cada
cão tem sua própria preferência sobre o que considera agradável. Normalmente
assume-se que todos os cães gostam de ser acariciados, o que nem sempre é
verdade. Alguns cães simplesmente toleram os agrados físicos e outros nem ao
menos suportam de recebê-los, sendo que neste caso, o fato de acariciá-los não
será encarado como um estímulo positivo..
Ao se apresentar um novo exercício ao cão, deve-se usar o mínimo de compulsão
necessária para se conseguir a resposta desejada. Compulsão em excesso causa
apreensão, intimida o animal e prolonga desnecessariamente o tempo necessário
para o aprendizado.
Por
isso não se esqueçam!!! Se quiserem ensinar algo novo NÃO USEM estímulos
negativos. Já pensou se, toda vez que você errasse um exercício de matemática,
o professor lhe puxasse a orelha? Você aprenderia mais rápido????? CLARO QUE NÃO!!!!!!!! |
Os cães são
animais de companhia muito populares por possuírem qualidades
"aparentemente humanas". São criaturas sociais que gostam de nossa
companhia da mesma forma que gostamos da deles. Quando necessitamos, nos
confortam e normalmente são o espelho de nosso humor.
Exatamente pelo fato de serem tão parecidos conosco as pessoas tendem a humanizá-los.
Os donos de cães normalmente possuem várias teorias sobre como o cão aprende.
As 3 principais são:
Teoria
da Chantagem Emocional
Teoria
da Promessa de Recompensa
Teoria
da Ameaça de Punição
A
Teoria
da Chantagem Emocional
funciona mais ou menos assim: "como você pôde fazer isso comigo?. Eu te
dou um teto, carinho, te alimento, pago todas as suas contas do veterinário.
Será que você não tem nenhuma gratidão?"
O mais doloroso para o dono é aprender que o cão não possui o sentimento da
gratidão. Também não possui nenhum senso de obrigação, nenhuma consciência
e faz somente o que interpreta ser de sua própria vantagem.
A
Teoria
da Promessa de Recompensa
acontece assim: "Se você se comportar hoje e não pular em ninguém,
quando entrarem por aquela porta, eu prometo que vou te dar um sanduíche
enorme. Eu sei que você gosta de sanduíche porque fica babando toda a vez que
eu como um."
Infelizmente, esta teoria também não funciona. O cão não compreende o
significado de suas palavras e não será de forma alguma influenciado por suas
promessas.
Finalmente,
temos a
Teoria
da Promessa de Punição
que é tão ineficaz quanto a anterior. Dizer para o cão "se você não se
comportar, vai ver o que é bom pra tosse" não irá ter nenhuma influência
no comportamento de seu cão. Por mais que as pessoas pensem de forma contrária,
a verdade é que seus cães não são dotados dos mesmos sentimentos que nós.
Os cães. são extremamente inteligentes, mas não deixam de ser animais.
Muitas
vezes ouvimos as pessoas dizendo: "meu cão entende tudo que eu digo"
e pensa ter provas disso. "quando faz algo errado, sabe que fez o que não
devia. Ele faz de propósito e quando eu chego sai de fininho com aquela cara de
culpado".
Mas na verdade é a atitude do dono, principalmente sua linguagem corporal que
provoca o olhar de culpa e não o que o cão fez ou deixou de fazer.
Tomemos como exemplo um cão deitado na cozinha enquanto seu dono prepara o
jantar. Em cima da pia há um suculento pedaço de carne. Seu dono sai por um
instante e o cão abocanha a carne. O dono retorna, e logo percebe o ocorrido
"Que vergonha! Como você pôde fazer isso comigo?". O cão parece
estar bastante envergonhado e o dono está convencido que o cão sabe que fez
coisa errada. Mas será que ele sabe mesmo? A resposta é NÃO. O cão entende
que o dono está chateado com ele, mas não associa o fato devido à ele ter
comido a carne.. A cara de culpado é por causa da atitude do dono e não pelo
seu arrependimento. Ele se deliciou com a carne e fará o mesmo na primeira
oportunidade. |